Explicando de forma simples as regras básicas da farmacologia e desvendando mitos e mentiras propagadas por pseudo cientistas ávidos em catapultar suas carreiras.
Os leitores poderão dizer que há muitos parágrafos, frases ou expressões repetidas. Sim, há, mas a ideia é exatamente essa, incutir o conteúdo da mesma forma que a prática ritualística ensina e disciplina – através da repetição.
- A primeira e mais importante: “não se mexe em um organismo impunemente.” Fármacos podem produzir alterações que levem ao aparecimento de efeitos imprevisíveis (paradoxais) chegando até a inviabilizar a vida.
- O efeito de um fármaco é matemático: 2+2=4, mas a resposta do organismo pode ser qualquer coisa entre 2 e 5, passando pelo 4, ou seja, o efeito é previsível, mas a resposta do organismo é imprevisível, dependendo de diversos fatores como sexo, idade, etnia (raça) e ainda das comorbidades que o indivíduo carrega, podendo acontecer de tudo, até uma hecatombe, ou mesmo não acontecer nada. Depende unicamente de cada organismo. Para isso são feitos os ensaios farmacológicos multicêntricos, randomizados, duplo cego, com ou sem uso de placebo ou fármaco padrão.
- O efeito de um fármaco depende unicamente de seu mecanismo de ação e não de quem o prescreve. Um fármaco prescrito por um médico, benzedor, pai de santo ou médium possuído pelo espírito de porco terá de fazer o mesmo efeito, senão vira magia, não sendo mais ciência. A crença insana e infundada espalhada aos quatro cantos e ventos pelos meios de comunicação, pelas associações médicas e conselhos regionais de medicina de que só o médico sabe o “remédio” que faz bem é uma tremenda falácia, servido apenas como reserva de mercado através da disseminação de mentiras. Médicos não tem varinha mágica ou conversam com o fármaco ordenando a ele que faça o efeito que ele, médico, quer. Essa simples presunção é coisa de idiota, de débil mental.
- Apesar de farmacologia não ser uma ciência privativa de médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários, a diferença entre estes profissionais e o leigo (pai de santo, benzedor, curandeiro, pajé, etc) e profissionais de outras áreas é que os quatro primeiros citados tem muito mais chance de acertar um diagnóstico clínico por serem especialmente treinados para isso e ainda, apenas médicos, dentistas e veterinários estão habilitados, NA FORMA DA LEI, a prescreverem tratamentos farmacoterapêuticos (“receitar remédios”).
- Todo fármaco atua sobre um receptor, uma enzima ou ligando-se a alguma proteína ou mesmo “sequestrando” (se ligando) um determinado íon ou partícula e produz o efeito esperado e não o efeito desejado. Não existe mágica no efeito de um fármaco. Como descrito acima, o efeito é matemático: 2 + 2 = 4, e não adianta espernear. O efeito “of label” decorre de ligação ou interação do fármaco com alguma outra via metabólica não observada ou prevista durante a fase experimental.
- Todo fármaco é desenvolvido e testado para o tratamento um ou mais sintomas ou doenças bem específicas, mas pode acontecer dele fazer efeito em outras patologias (doenças) bem diferentes daquilo ao qual ele se presta originalmente, designando-se esta característica como efeito “off label”. Um exemplo clássico disso é o sildenafil (Viagra®), que hoje é mais usado no tratamento da hipertensão pulmonar maligna DA recém nascida, doença que matava praticamente todas as MENINAS que nasciam com ela, mas com o advento do Viagra® (sildenafil) o número de óbitos decorrentes desta neonatopatia (doença do neonato ou recém nascido) caiu a quase zero. Se faltar Viagra® na farmácia da maternidade dá a maior encrenca. É pior que a sua falta no puteiro ou no motel.
- Remédio é um nome errôneo para designar uma substância com efeitos a nível molecular porque qualquer ação que produza bem-estar pode ser um remédio, como por exemplo uma massagem, uma música, uma comida… Medicamento também não é um termo muito correto porque faz alusão a uma profissão, a medicina, que não tem 1000 anos de existência ainda (saiba mais sobre a história da medicina aqui). O termo original que denomina as substâncias usadas nos tratamentos é fármaco e vem da palavra grega pharmakon ou φαρμακόν, que era uma festa antiga, bem primitiva, onde se escolhia um casal de jovens saudáveis e vírgens e queimava os dois em uma fogueira como sacrifício aos deuses para estes protegerem o povo das pestes e doenças. Pouco macabro, não?
- Droga ou fármaco? Droga é todo princípio ativo in natura, ou seja, como está na natureza, com ação farmacológica ou com efeitos sobre um organismo, tecido, órgão ou sistema. Ópio é uma droga, obtido da papoula. A flor da camomila, as cascas da canela, as folhas da espinheira santa também são drogas, bem como a maconha que é uma droga ilícita. Espécies ou substâncias químicas obtidas sintéticamente e que tem ação farmacológica são chamados de fármacos. Morfina, codeína, metadona, nalbufina, tramadol (fármaco derivados do ópio por síntese industrial) são fármacos lícitos, enquanto a heroína, um derivado obtido por diacetilação da morfina constitui-se em um fármaco ilícito, assim como a cocaína, obtida a partir de processos de extração e sínteses orgânicas das folhas da Eritroxylon coca. A cocaína foi desenvolvida e utilizada, inicialmente, como anestésico tópico de mucosas, especialmente mucosa ocular nas cirurgias de catarata, no final do século XIX e até a metade do século XX, quando Sigmung Freud difundiu seu uso no tratamento das depressões e ela caiu no uso abusivo.
- Pesquisa básica ou pesquisa avançada em farmacologia, qual é a mais importante? Sem a menor sombra de dúvidas ou incertezas, a pesquisa farmacológica básica é a mais importante, fase onde a estrutura química e os possíveis receptores ou vias metabólicas do fármaco são descobertos e suas estrutura molecular é aprimorada para exercer um efeito mais acentuado e com menor incidência de efeitos secundários e indesejáveis. A pesquisa avançada, também chamada pesquisa de ponta, nada mais é que a aplicação dos fármacos na população, os chamados ensaios farmacológicos, quando apenas serão registrados e tabulados os efeitos adversos e indesejáveis dos novos fármacos e também pode ser descoberto o efeito “of label”, apesar deste aparecer apenas com o tempo e a administração em larga escala e em diversas populações de etnias diferentes, na fase chamada de fase IV ou fase de farmacovigilância.
- Vacina X soro, Soro é um concentrado de anticorpos utilizado para prevenir a instalação de uma doença após exposição aguda, como por exemplo no caso do SAT ou soro anti tetânico de antigamente e a IGG Antitetânica atual, que são usadas nos casos de ferimentos em pessoas que não estão vacinadas contra tétano; soro antiofídico (inespecífico usado quando não se sabe a cobra que picou), antibotrópico (jararaca) anticrotálico (cascavel), para evitar a propagação do veneno no organismo, enquanto vacina produz imunidade de longo prazo, evitando que se desenvolva uma doença após exposição. Um fármaco que não proporciona um mínimo de 10 anos de imunidade não pode ser considerado vacina, como no caso das pseudo vacinas contra a Covid-19 que já estão na quarta dose de reforço e cuja imunidade não dura 180 dias.
- Riscos da automedicação. O colóquio flácido para acalentar bovinos (conversinha mole para boi dormir) corporativista da classe médica beira as raias do ridículo e do acinte às regras mais básicas da farmacologia. A probabilidade de um fármaco utilizado por conta própria (automedicação) produzir uma reação adversa é a mesma de um fármaco prescrito por médico, pai de santo, curandeiro, etc, etc, etc. Esta cantilena fajuta viola o mais fundamental direito à liberdade de qualquer ser humano dispor de sua vida e de seu corpo como bem entender, garantia esta sacramentada na Constituição da República Federativa do Brasil, a mesma que maconheiros e outros drogadidos invocam para liberar o uso de drogas ilícitas; LGBTQIA+ e tantas outras perversões e inversões usam para justificar suas práticas contrárias à natureza, estranhas ao ordenamento jurídico e aos costumes do povo brasileiro.
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