Durante milênios os homens vêm se preocupando com os fenômenos da mente, em especial com os estados alucinatórios onde o sujeito, em surto, afirma estar em contato com deuses, espíritos ou demônios, fazendo, muitas vezes, seus semelhantes ou acreditarem nele e o venerarem, ou então, puni-lo e até mesmo eliminá-lo da sociedade por meio de banimento ou morte.
Os primeiros povos a atribuir uma causa orgânica aos distúrbios mentais, foram os egípcios. Acreditando eles que a loucura era causada por uma espécie de pedra (podendo ser o giro do cíngulo, pois, o mesmo apresenta aspecto caloso), surgida no cérebro dos doentes e, para acabarem com a doença, faziam verdadeiras neurocirurgias, das quais se tem comprovação pelo exame do crânio de múmias submetidas, a sua época de vida, a este tratamento e, conforme constatação da cicatrização óssea do campo operatório, o paciente havia sobrevivido ao ato cirúrgico. Esta teoria e modo de tratamento perdurou até a idade média.
Os gregos se contrapuseram à teoria egípcia dizendo que a causa da loucura era devida ao ambiente e à natureza e prescrevia como tratamento a internação em casas ou mesmo estâncias onde os doentes faziam exercícios, caminhadas, banhos em fontes térmicas, jogos e, especialmente, estudos e discussões filosóficas. Estes locais de tratamento foram os Asclépios, os primeiros hospitais de que se tem notícia.
Seguiram a esses dois pressupostos e métodos, séculos de discussões durante os quais duas correntes se digladiaram: a corrente organicista, de inspiração egípcia e a corrente ambientalista, de origem grega, até que ao final do século XIX Sigmund FREUD propôs uma teoria, a Teoria do Complexo de Édipo, que foi o ponto de partida para as mais recentes descobertas científicas.
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