Os Hebreus

Os hebreus foram um povo semita originário da baixa Mesopotâmia. Segundo a Bíblia, seu livro sagrado, o patriarca Abraão recebeu de Deus a missão de levar seu povo à Palestina, ou Terra de Canaã. Abraão obedeceu e os hebreus ali se fixaram. Seu território limitava-se ao norte com a Fenícia e a Síria; ao sul ficava o deserto do Sinai. A leste, as terras dos Moabitas e Amonitas. A oeste o Mediterrâneo.

A primeira fase da história do povo hebreu correspondeu ao governo dos patriarcas. Seminômade, obedecia a seus chefes mais velhos e prestigiados. Após o patriarcado, foi estabelecido o governo dos juizes e, mais tarde, o dos reis.

Após a morte de Abraão, governou seu filho Isaac. Sucedeu a Isaac, Jacó, que se tornou o chefe das 12 tribos em que estava dividido o povo hebreu, ou de Israel.

Várias vezes o povo de Israel teve de deixar sua terra e viver na alheia. Ao tempo dos patriarcas emigrou para o Egito, para fugir à terrível fome que se abateu sobre a Palestina. Lá viveu em paz durante mais de 200 anos, quando passou a ser perseguido pelo faraó. Moisés, um de seus líderes, conseguiu finalmente autorização para que seu povo regressasse à sua terra. Começa, então, o êxodo do povo, que leva 40 anos, vagando pelo deserto. Nessa ocasião Moisés recebe, no Monte Sinai, as Tábuas da Lei, que passam a ser, desde então, a legislação básica dos hebreus (os 10 mandamentos).

Moisés não consegue chegar a Canaã. Morre, ao avistá-la. Seu sucessor, Josué, cruza o rio Jordão e dá combate aos cananeus, que então habitavam a Terra Prometida.

Vencidos os cananeus, os israelitas se estabelecem na Palestina. Têm de travar luta contra os povos vizinhos, permanentemente. Esta é a fase dos juizes (principais: Otoniel, Gedeão, Sansão e Samuel). Para unir e fortalecer a defesa de seu povo, Samuel resolve sagrar o primeiro rei – Saul.

Segue-se-lhe Davi, rei guerreiro, que estende as fronteiras do país conquistando terras aos vizinhos. Em seguida Salomão, seu maior rei, sábio e pacífico, famoso pelo poder e riqueza.

Salomão construiu o templo de Jerusalém com o auxílio de operários fenícios, comandados por Hirã Abif, o maior arquiteto daqueles tempos. Era fenício e foi enviado à Jerusalém por ordem de Hirã, o Rei, juntamente com ouro, madeiras nobres e mais 20.000 operários que teve de administrar. Aliou-se ao rei Hirã de Tiro, do qual era genro (Fenícia); cobrou tributo das caravanas que atravessavam suas terras; comerciou com vizinhos e povos distantes. Sua corte era faustosa e o monarca, ao fim de seus dias, caiu no desagrado do povo pelas despesas excessivas de seu palácio e pelos altos impostos que cobrava. Além disso, permitiu que deuses estranhos se misturassem ao culto monoteísta, que caracterizava a religião dos hebreus desde a sua origem.

Após a morte de Salomão, os hebreus dividiram-se: 10 tribos do Norte formaram o Reino de Israel; 2 tribos do Sul, o de Judá (933 a.C.). A partir de então várias vezes estiveram em luta. O Reino de Israel durou 2 séculos, após o que foi destruído pelos assírios, e seu povo, escravizado. O de Judá resistiu a mais de 3 séculos. Quando reinava na Babilônia Nabucodonosor, foi invadido, e seu povo levado escravo para a Caldéia. Lá ficou por 50 anos, até que foi libertado por Ciro, rei da Pérsia, que lhe permitiu regressar à Palestina e reerguer o templo de Jerusalém.

A seguir a Palestina foi invadida por Alexandre da Macedônia. Depois passou a ser protetorado egípcio, colônia síria e província romana. No ano 70 da Era Cristã, o povo hebreu foi castigado severamente por ordem do imperador romano Tito, que se vingava de uma revolta. Nessa época foi destruído o templo de Salomão. No ano de 134 os judeus foram dispersos pelo mundo, somente regressando à sua terra nos nossos dias, quando criaram o Estado de Israel

O Monoteísmo Hebraico

A diferença mais marcante entre o povo hebreu e os demais da antigüidade foi sua crença num Deus único e todo poderoso. Jeová era para os hebreus o criador do mundo e senhor de todas as coisas. A pronúncia correta de Jeová é IÉVE ou IAVÉ, que os Hebreus jamais pronunciavam, em cumprimento ao mandamento que dizia “Não Tomarás o Meu Santo Nome em Vão”, limitando-se, os sacerdotes apenas a soletrar as sílabas da palavra e que dão: IOD – HE – VAU – HE. A letra IOD é a sétima letra do alfabeto hebraico e eqüivale ao nosso G. É por isso que muitas vezes aparece a letra G representado o Criador em muitos documentos hebraicos traduzidos na antigüidade clássica ou mesmo na idade medieval.

O povo hebreu era seu escolhido para herdar a terra de Canaã, onde haveria fartura e felicidade. Fiéis à sua tradição religiosa, apesar de muitos deslizes ocasionais, os israelitas têm no Velho Testamento da Bíblia, seu livro sagrado. Nele está sua história como povo, além de suas tradições, suas leis, sua literatura, sua concepção do mundo. Embora pouco tenha deixado no terreno das artes e das ciências, o povo hebreu legou ao mundo sua original concepção religiosa. Tal força exerceu que veio a ser basicamente, a fonte do mundo ocidental cristão.

No final do século Ia.C., ou ano 3.761(da criação do mundo) do calendário Judaico, nasceu em Belém de Judá uma criança que iria revolucionar o mundo de então e modificar os caminhos da humanidade em si mesma. JESUS CRISTO, ou como cognominaram os romanos INRI, Iesus Nazarenum, Rex Iudorum, que mesmo deixando de lado os aspectos dogmáticos ligados à fé cristã e centrando-se unicamente no fato histórico puro e simples, tem que se admitir que foi o maior revolucionário de todos os tempos, tanto que a própria ciência posiciona seus fatos históricos em termos de tempos antes e depois de CRISTO.

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