A vigarice na “indústra do corpo perfeito” não tem limites

Recebi em meu e-mail prinicipal uma mensagem contendo uma propaganda de um tal Levliym, que promete fazer o organismo do usuário eliminar, no mínimo, 30 quilos de gordura pelas fezes.

O link da fraude pode ser acessado aqui e o banner que aparece no meio da página leva para outro sítio, que é do produto e pode ser visto aqui.

A questão é simples, lógica como a matemática: se isso funcionasse a indústria farmacêutica já teria patenteado, investido milhões de dólares na produção e estaria faturando trilhões de dólares com o produto nas prateleiras de farmácias.

Não existe milagre. Cada pessoa tem um organismo único, com um código genético único e se ela engorda ou emagrece é decorrência deste mesmo código genético que tem genes que codificam enzimas ou receptores que a fazem engordar ou emagrecer.

Hoje, com a saturação de mercado e a falta de novidades, vigaristas inventam teorias absurdas e “remédios” milagrosos que, se não materem os “inocentes inúteis” que acreditam em papai-noel, fada-madrinha, duente e tudo quanto é mágica possível que os faça emagracer e ganhar músculos sem esforço, como o produto do tal “crescimento muscular” ou a tal “nutricionista certificada” que já receberam comentários neste domínio.

A obsessão pelo corpo perfeito está matando as pessoas. O movimento “fitness” começou com a minha geração, no final dos anos 1970, início dos anos 1980 e todos os meus contemporâneos que passavam mais tempo na academia e na frente do espelho e ainda estão vivos, integram as filas ou listas de espera de próteses de joelho, ombro, quadril, coluna… Na década de 1970 a depressão era uma doença psíquica desconhecida e quase inexistente e a valorização da magreza e do corpo atlético leva as pessoas que não o conseguem, a desenvolverem um sentimento de fracasso e menos-valia, levando-os à depressão e esta podendo levar à morte.

Os seres ditos “humanos” não prestam atenção nos exemplos da natureza: coelho passa o dia correndo, só come vegetais e vive no máximo 15 anos; a baleia nada o dia inteiro, só come peixes pequenos e planctom e é gorda; a tartaruga, com toda sua lerdeza, vive 400 anos… Ou nos exemplos humanos: Dorival Caymmi passava 80% de seu dia deitado em uma rede e morreu com 94 anos. A atleta norte-americana, recordista dos 100 metros rasos, Florence Griffith-Joyner, morreu aos 38 anos de falência cardíaca, associada a drogas anabolizantes (leia mais aqui). Se caminhar o dia inteiro prolongasse a vida, os carteiros seriam imortais.

Sou faixa preta em Tae Kwon Do e tenho problemas no joelho esquerdo. Pratiquei fisiculturismo (halterofilismo) e tenho sérios problemas na coluna vertebral… Adiantou tanto esforço, sacrifício e horas treinando para ter uma velhice saudável se é praticamente certo que precisarei implantar uma prótese articular e passar o resto da vida tomando analgésicos e anti-inflamatórios? O jogador Pelé está com artrose fêmuro-acetabular (no quadril) e praticamente não consegue mais caminhar livremente.

As pessoas tem que se aceitar como são e parar de seguir ondas, modas e VIGARISTAS que só querem arrancar dinheiro iludindo quem acredita em contos de fadas.

Abaixo a imagem do golpe do Levlyn, recebida no email da tal Dra. Sofia Cavalcanti:

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