Este artigo visa incentivar aqueles que ainda tem dúvida se devem migrar para o Linux no desktop.
Estou completando um ano sem Windows na estação de trabalho. Sempre usei Linux nos servidores e há cerca de um ano migrei totalmente o desktop para Linux. Sou desenvolvedor PHP em uma empresa de aproximadamente 100 funcionários, aqui temos todos os servidores com Linux (exceto um SQL Server da MS) e todas as estações de trabalho são Windows.
Desde os primeiros contatos com o Linux tive certeza que ele era ideal para servidores, deixando o Windows muito para trás em vários quesitos. No desktop sempre havia algo que me impedia de migrar totalmente, hora a falta de um driver, hora um programa sem versão para Linux, hora um formato de arquivo não suportado, etc.
Sei que muitos devem estar pensando que estes problemas são de fácil resolução, bastando pesquisar algumas horas na Internet, compilar alguns fontes, adicionar alguns módulos ao Kernel, etc, mas estamos falando de ambiente corporativo. Como poderia justificar à minha gerência horas gastas com tais soluções se esta não era a minha função na empresa? Tais soluções eram pesquisadas e testadas em meu horário de folga. Ao mesmo tempo, ajudava muito a rápida evolução das distribuições e o fato de muitas aplicações estarem migrando para a web, aderindo-se a padrões abertos.
Comecei tentando adaptar para o desktop a mesma distribuição usada nos servidores, o Slackware, mas se por um lado configurá-lo como server é bem rápido, como desktop é bastante demorado, o Debian demonstrou-se mais fácil para esta tarefa, mas ainda não era o ideal, o Mandriva chegou bem perto do que eu queria, mas foi com o Mint que o processo se concluiu.
Com ele tive um desktop pronto em alguns minutos, acesso fácil a redes Windows e Linux, codecs de áudio e vídeos já instalados, java e flash já configurados, um ótimo gerenciador de pacotes e um bom conjunto de ferramentas de desenvolvimento, pois prefiro eu mesmo compilar meu ambiente AMP (Apache, Mysql, PHP).
Foi aí que o Mint mostrou-se diferente de outras distribuições fáceis de configurar, na hora do ./configure pediu pouquíssimas dependências (se não me falha a memória apenas o Apr e Apr-utils).
Em um próximo artigo descreverei as soluções utilizadas para cada necessidade, mas afirmo que neste tempo todo não houve nenhuma atividade que não pode ser desenvolvida no Linux e embora o Dual Boot com Windows permaneça na máquina raramente eu o utilizo.
Fora todo o conhecimento adquirido em usar um sistema diferente e infinitamente mais versátil que o Windows, ganhei outros benefícios como estabilidade, rapidez, tempo poupado formatando, desfragmentando, limpando temporários, corrigindo o registro, atualizando anti-vírus, etc, tudo isso num sistema mais atualizado que a última versão do Windows e que roda sem gargalos mesmo em hardware mais antigo.
A ideia deste artigo não é passar a experiencia técnica de se migrar para o Linux, pois para isso existem várias fontes muito mais experientes. O que quero é incentivar uma mudança possível para todos, desde que se esteja disposto a aprender e que não se tenha medo do novo.
Por: João Paulo. Transcrito do site Viva o Linux
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