Origens da Santa Casa de Misericórdia

A Sociedade “FRATERNIDADE CURIYBANA“, cuja existência datava de época anterior a 1843, já em 1852 se havia constituído em sociedade filantrópica, sob a denominação de IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA CIDADE DE CURITYBA, com o nobre objetivo da prática de atos de benemerência, principalmente na prática de socorros a indigentes e desvalidos.

Era ela possuidora de um prédio na então Praça da Matriz, canto da Rua Fechada, que lhe fora doado pelo Padre ANTÔNIO TEIXEIRA CAMELLO, em seu testamento aberto por ocasião de sua morte, ocorrida em 1847. Por essa forma, ficou a Irmandade da Santa Casa de posse daquela propriedade, que passou a fazer parte de seu patrimônio. (art. 1° e 2o do Compromisso da Irmandade)

Para serem admitidos na nova Irmandade da Santa Casa, tanto homens como mulheres, era necessário: – que fossem pessoas livres; que tivessem vinte anos de idade; que fossem de boa consciência e fama; que fossem livres de toda infâmia, de fato e de direito; que tivessem alguns meios honestos de subsistência, e que fossem tementes à DEUS e caritativos, para poderem servir à DEUS e aos pobres. (artigo 3° do Compromisso)

Ao sócio falecido, a Irmandade mandaria lhe fazer os sinais fúnebres do estilo, e acompanharia seu corpo à sepultura. Se caísse o Irmão em pobreza ou em enfermidade, seria socorrido com uma mesada proporcional aos serviços e benefícios que tivesse prestado, e seria curado no Hospital, gratuitamente.

As disposições gerais do Compromisso, em seu artigo 23, determinavam que, no dia do falecimento do Padre Antônio Teixeira, e em outros anos seguintes, a Mesa deliberaria qual o sufrágio que deveria fazer em memória de reconhecimento, a que estava ligado a esta Irmandade, à sua alma, por ter sido ele o primeiro que se lembrou desta Santa Instituição. Legou ele à Santa Casa um prédio no pátio da Matriz, esquina com a Rua Fechada, onde tinha ele sua residência, e que antes pertencera a seus pais. O Padre Antônio Teixeira Camello era filho de Francisco Teixeira Camello, negociante de fazenda (tecidos), e dona Maria Marques dos Santos.

Faleceu o Padre Camello em Curitiba, com seu solene testamento, aos 63 anos de idade, a 24 de abril de 1847, cujo assento de óbito está registrado no Cartório Eclesiástico de Curitiba, visto que naquelas épocas todos os registros de nascimento, casamento e óbito eram feitos pelos padres, pois a fé Cristã Católica era a religião e confissão oficial do Império.

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