Vislumbra-se nesse ambiente, o terreno propício para que o farmacêutico encontre uma nova identidade e significado para sua práxis profissional e quem sabe ache aí o futuro da sua profissão, que seria o de prestador de serviços especializados em automedicação e auto-cuidados.
Para isso, é necessário que o farmacêutico e as suas entidades de classe desmitifiquem a automedicação à luz do conhecimento técnico e científico enfocados no contexto sócio-econômico e cultural brasileiro, assumindo uma posição corajosa de responsabilidade pela automedicação e a propriedade de transformar um problema em solução.
Atualmente o farmacêutico tem se posicionado de forma tímida sobre a matéria, expondo sua minoridade profissional ao permitir que outros definam estratégias de ação no que seria seu campo de atuação.
A atuação do farmacêutico em sua farmácia na automedicação é de grande importância social, pois em diversas circunstâncias ele é o primeiro, o último e, em muitas vezes, o único profissional de saúde que entra em contato com o paciente.
Sendo, portanto, um estratégico agente de triagem do Sistema Único de Saúde, que irá contribuir de forma substancial a otimização de suas ações e investimentos.
Ainda de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios, financiada pelo Ministério da Saúde em 1998, a Farmácia é apontada como um dos principais serviços utilizados pela população em caso de necessidade.
Portanto, é necessário que farmacêuticos, médicos e autoridades sanitárias estabeleçam critérios de consenso para que o imperativo categórico da automedicação seja a garantia do uso seguro e racional dos medicamentos, objetivando a melhora da qualidade de vida do cidadão. E que, por meio desse ponto de vista diferenciado e esclarecedor sobre a automedicação, o farmacêutico como perito, construa uma realidade que seja aceita por toda a sociedade, ajudando-o a resgatar o seu tão merecido prestígio social.
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