A pesquisa consiste no desenvolvimento de um sensor ótico para a coleta de impressões palmares e plantares, com vistas à criação de um banco de imagens e um sistema automatizado de identificação de recém-nascidos.
Conforme o trabalho, o método tradicional de obtenção da impressão, baseado na utilização de tinta e papel, é mais propenso a erros do que o formato digital. Outra conclusão aponta que a impressão da palma da mão é de melhor qualidade para a identificação do que a da planta do pé.
“Pode-se afirmar que a atual coleta de impressões plantares do recém-nascido, feita nas salas de parto de todos os hospitais brasileiros, não serve para sua identificação”, afirma Daniel. “A coleta é feita apenas para cumprir a legislação.”
A lei federal 8.069, em vigor desde 1990, estabelece em seu artigo 10º a identificação plantar e digital dos recém-nascidos.
Seqüestro e adoção ilegal
A pesquisa observa que situações como o seqüestro ou a troca de bebês em maternidades, ou ainda a adoção ilegal provocada por mães que dão entrada na maternidade com documentos falsos, estão ligadas à dificuldade de se identificar adequadamente um recém-nascido.
“Daí a importância de se criar um método biométrico apropriado tanto para o controle interno da circulação dos recém-nascidos, quanto para realizar a identificação após a alta ou retirada destes da maternidade”, diz trecho da pesquisa.
Os pesquisadores da UFPR desenvolveram um sensor ótico formado por uma máquina fotográfica digital de oito megapixels, com uma lente supermacro capaz de fotografar objetos a três centímetros da lente, acoplada a um prisma de vidro óptico através de uma estrutura de acrílico.
O armazenamento digital garante a manutenção da qualidade das impressões com o passar do tempo, e facilita o acesso à informação e a criação de bancos digitais.
As orientadoras do trabalho foram as professoras Mônica Nunes Lima Cat, na área de Pediatria, e Olga Regina Pereira Bellon, na área de Informática, ambas da UFPR.
Sobre o prêmio
Criado em 2002, o prêmio “Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS 2008” busca valorizar as pesquisas que contribuem para o desenvolvimento das políticas públicas de saúde no país. É composto pelas seguintes categorias: tese de doutorado, dissertação de mestrado, monografia de especialização e trabalho publicado.
Realizado em parceria com a ABRASCO – Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, neste ano, o prêmio teve mais uma categoria instituída em comemoração aos 20 anos do SUS: experiências bem-sucedidas de incorporação de conhecimentos científicos ao Sistema Único de Saúde.
O prêmio teve 432 inscritos e 30 trabalhos finalistas em cinco categorias. Em cada categoria foi premiado um trabalho e outros cinco receberam Menção Honrosa.
Fernando César Oliveira