Existe um mito que UTI salva a vida de qualquer um internado nela e a maioria esmagadora pensa que uma UTI é um lugar sagrado, santificado, que deve ser adorado como um templo, mas é possível montar uma UTI em qualquer lugar, até no meio da rua.
Tendo a disposição uma fonte de energia elétrica, fontes de oxigênio e ar comprimido que podem ser fornecidos por cilindros metálicos, os equipamentos mínimos (ventilador pulmonar mecânico – ou respirador -, desfibrilador, monitor cardíaco, bombas infusoras) e um leito estável e seguro, qualquer lugar serve.
Em todos os hospitais sempre acontece conflitos com famílias que exigem, até na justiça, que um paciente seja transferido para uma UTI acreditando que ela salvará o doente. Na maioria das vezes, exigem que o hospital interne em um leito de UTI um paciente que não tem mais condições de sobrevivência, prolongando desnecessariamente seu sofrimento e, com isso, tirando a vaga de outro que teria mais chances de sobreviver.
Dói ter que dizer para uma família que seu doente não tem mais condições e não vale a pena colocar em uma UTI. A esmagadora maioria não entende e não aceita, mas há de se respeitar a dignidade da pessoa, até na morte, permitindo uma morte digna, não prolongando seu sofrimento. Isso se chama ortotanásia, bem diferente de eutanásia, que é a morte provocada.
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