O ex-ministro José Dirceu chamou de “Operação Mensalão 2” as repercussões da investigação da Polícia Federal que envolvem a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, que o assessorou por cerca de 12 anos e depois ficou muito próxima do ex-presidente Lula, com quem mantinha relação de intimidade.
Dirceu também criticou em seu blog o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que acusou Lula de fazer confusão “entre o público e o privado”.
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“Agora com a chancela e o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que não devia falar de relações privadas e de confusão entre público e privado. Fazê-lo é falar em corda em casa de enforcado”, escreve o ex-ministro.
Ao ser detida pela PF para depor, Rose telefonou para Dirceu, a quem chamava de “JD” nos e-mails que trocava com outros membros da suposta quadrilha. Reagindo às falas de FHC, Dirceu partiu para o ataque.
“O ex-presidente devia ter o recato e a humildade de se calar, e não usar essa questão para fazer crítica a gestão do ex-presidente Lula. O novo udenismo, com o sempre presente apoio da grande imprensa, tenta negar.”
Dirceu disse que “um novo udenismo que age como no passado, de novo a serviço do conservadorismo e dos privilégios de certa elite que não se conforma e não aceita as mudanças empreendidas no país pelos governos do PT, porque teme perder seu poder e riqueza, acumulada a sombra e às custas do Estado”.
A PF descobriu, porém, que o grupo ligado a Rosemary recebia propina em troca de intermediação de interesses privados em órgãos da União, incluindo setores ligados ao entorno do ex-ministro.
Segundo ele, a “grande imprensa” apoia as ações desses grupos contra o projeto do PT.
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