A doença do mosaico que assolou as plantações de tabaco, em 1892, e a febre aftosa que atacou o gado, em 1898, indicavam que algumas doenças podiam ser transmitidas sem bactérias. Era possível passá—las experimentalmente para um fluido infectável, e isso significava passar pelo filtro impermeável a todos os outros micróbios conhecidos. Os culpados seriam os vírus, que se reproduzem (assexuadamente, por fissão binária) somente no interior das células vivas. São menores do que as bactérias e visíveis somente no microscópio eletrônico. alguns não são mais do que ácido nucléico envolto em proteína. Alguns são tão simples que podem se cristalizar: substâncias químicas vivas, como nós. Talvez tenhamos começado assim, como a espuma do limo viscoso do começo do mundo.
Os vírus ameaçam as criaturas humanas com doenças desagradáveis e perigosas, desde a poliomielite e a pneumonia até resfriados e verrugas. Egoisticamente, nós nos vemos como alvo principal do exército vasto de voraz das bactérias e dos vírus. Porém, os animais, os peixes, as flores e as árvores, insetos e ostras, todos têm a sua saúde e a vida ameaçadas pela infecção. Seguindo o princípio de Swift de que as pulgas têm pulgas menores que as picam, até as bactérias ficam doentes e morre, vítimas dos pequenos vírus bacteriófagos, que parecem girinos, descobertos em 1915. Nós todos vivemos de alguma outra coisa. Nosso mundo é um paraíso de parasitas.
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