Atrite reumatóide

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica de etiologia desconhecida, que inicialmente é caracterizada por um processo inflamatório livre de infecção nas articulações.

artrite-11É caracterizada pela destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem. Em geral, acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas, como dor, rigidez matinal, fadiga e perda de peso. A artrite reumatóide pode iniciar em qualquer idade, mas a sua maior prevalência está em pessoas de 40 a 60 anos. Afeta mulheres duas vezes mais do que os homens e é a mais comum das doenças autoimunes. Tem prevalência de aproximadamente 1% da população brasileira.

A causa da artrite reumatóide é desconhecida, porém sabe-se que existe uma predisposição genética para a doença em indivíduos com HLA-DR4 positivo, que tem um risco maior de desenvolver a artrite reumatóide, além disso, tendem a desenvolver uma forma mais severa da doença, com manifestações extra-articulares. A associação de fatores genéticos com fatores ambientais (cigarro, microorganismos e estresse) ou fatores de risco (sexo feminino, histórico familiar ou idade avançada) aumenta as chances do indivíduo de desenvolver a doença.

No líquido sinovial, que preenche as cavidades articulares e lubrifica as superfícies articulares (figura 01), encontram-se citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias, que em condições fisiológicas normais estão em equilíbrio. Na artrite reumatóide, esse equilíbrio é interrompido, sendo que as citocinas pró-inflamatórias TNF- e IL-6 são encontradas em altos níveis no líquido sinovial (figura 02) e medeiam a destruição da cartilagem e dos ossos. Os macrófagos e fibroblastos na membrana sinovial produzem citocinas que ativam outras citocinas, criando assim uma rede de citocinas pró-inflamatórias que atuam principalmente através de três mecanismos: promovem auto-imunidade, mantem a inflamação sinovial crônica e conduzem a destruição do tecido articular adjacente. Além disso, o ambiente articular torna-se extremamente hipóxico, sendo a angiogênese uma característica das artrites reumatóides

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Na artrite reumatóide, os osteoclastos entre o tecido sinovial e o osso articular induzem reabsorção óssea controlada pelas citocinas inflamatórias, o que permite a invasão de células na membrana sinovial e resulta na formação do pannus, que tem comportamento invasivo sobre ossos e cartilagem.

O diagnóstico da artrite reumatóide é realizado por meio de associação de manifestações clínicas, radiológicas e laboratoriais. As manifestações clínicas são caracterizadas por articulações edemaciadas, dolorosas e quentes, frequentemente com vermelhidão da pele sobrejacente. Geralmente aparecem primeiro em articulações sinoviais periféricas como dedos e punhos, mas podem também comprometer os joelhos e articulações proximais.

As alterações radiográficas são caracterizadas principalmente por aumento das partes moles e diminuição do espaço intra-articular.

O diagnóstico laboratorial pode ser realizado através do fator reumatóide ou do anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico, sendo que este possui maior especificidade. Ver imagem

Os tratamentos para artrite reumatóide objetivam prevenir ou controlar a lesão, a perda de função e diminuir a dor, tentando maximizar a qualidade de vida dos pacientes, e variam de acordo com o estágio da doença. A remissão completa da patologia raramente é alcançada.

Para controle da dor e do processo inflamatório são utilizados antiinflamatórios não hormonais (AINEs) e glicocorticóides. A partir da definição do diagnóstico da artrite reumatóide, devem ser indicadas drogas modificadoras do curso da doença (DMCDs), que reduzem sinais e sintomas, além de demonstrar redução na progressão radiológica. Dentre as DMCDs, estão metotrexato, leflunomida, sulfasalazina e hidroxicloroquina.

Embora estes medicamentos controlem os sintomas em muitos pacientes, não param o processo de destruição articular que permanece como indicador da incapacidade futura. Dessa forma, a procura por uma terapia eficaz e segura para o tratamento da artrite reumatóide permitiu o desenvolvimento de agentes biológicos como os anticorpos monoclonais anti-TNF-, como uma nova estratégia terapêutica para o tratamento dessa doença inflamatória crônica.

Nos últimos anos tem surgido evidências científicas consistentes do efeito das drogas biológicas, dentre elas o infliximabe, o etanercepte e o adalimumabe, no efetivo controle da artrite reumatóide e muito promissoras no sentido de diminuir os fatores relacionados com o surgimento e a progressão da doença.

Com o tratamento utilizando anti-TNF-, a remissão é mais provável em pacientes na fase inicial, quando comparado a pacientes em um estágio mais avançado, porém, apesar dos benefícios imunobiológicos, também possuem algumas limitações, uma delas o seu alto custo.

Os agentes modificadores da resposta biológica estão indicados para os pacientes que persistam com a doença, apesar dos tratamentos com AINEs e DMCDs.

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