‘Despejo de paciente’: nos EUA hospitais abandonam doentes na rua

Despejo de paciente: Apesar de ilegal, a prática de expulsar quem não pode pagar pelo tratamento ainda é comum por lá.

Os cidadãos norte-americanos não dispõem de um Sistema Único de Saúde – SUS – como nós brasileiros. Portanto, naquele país os serviços de saúde são uma iniciativa privada; os cidadãos contratam clínicas, hospitais e convênios pagando os custos pelos serviços do próprio bolso. A pergunta, então, é inevitável: o que acontece quando alguém fica doente e não tem dinheiro para pagar pelo seu tratamento?

Recentemente, jornalistas do Wave3, um veículo de notícias de Louisville, no Estado norte-americano do Kentucky, flagraram seguranças do Hospital da Universidade de Louisville expulsando pacientes e os abandonando na rua. Nos Estados Unidos — EUA — a prática é conhecida como “patient dumping”, “despejo de paciente”, em tradução livre do inglês.

Ainda segundo os jornalistas do veículo de imprensa norte-americano, uma funcionária do hospital ligou para o jornal relatando que uma paciente havia sido abandonada na calçada. Quando os jornalistas do Wave3 chegaram ao local, encontraram a mulher desacordada no chão — ela ainda vestia as camisolas do hospital. No mesmo dia, outros casos análogos foram registrados pelos profissionais da mídia.

Despejo de pacientes é ilegal, mas normal naquele país
Desde 1986, a prática do “despejo de paciente” é proibida nos EUA, quando a Lei do Tratamento Médico e do Trabalho de Emergência foi sancionada por Washington. Porém, todos os anos são registradas denúncias do despejo ilegal.

Em 2018, O hospital Los Angeles General Medical Center foi denunciado depois de enviar os seus pacientes sem recursos financeiros para a “cracolândia” da cidade. No ano anterior, funcionários do Howard Hospital, em Washington D.C., foram flagrados abandonando um paciente em um ponto de ônibus — ele estava numa cadeira de rodas.

Nos EUA, existe uma quantidade imensa de pessoas sujeitas ao “despejo de pacientes”. No ano de 2021, mais de 27 milhões de norte-americanos não tinham plano de saúde ou qualquer tipo de acesso à saúde garantido. No ano passado, de acordo com o departamento do governo federal dos EUA, cerca de 582 mil pessoas viviam em situação de rua — sendo mais de 30% crianças.

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