Herpesvírus e HPV
A identificação do papilomavírus e do herpesvírus como carcinogênicos ou co-carcinogênicos no desenvolvimento do carcinoma de células escamosas do trato genital feminino inferior, tornou-se importante no reconhecimento da presença dessas infecções, pelas alterações celulares vistas, quando estes vírus estão presentes. Em ambas as situações as partículas virais invadem o núcleo da célula e ocasionam alterações degenerativas características como a história natural do processo viral. Quando a degeneração nuclear e celular está completa, as partículas virais são liberadas para penetrar em outras células e repetir o ciclo. A imunidade natural pode fazer a fase aguda autolimitante, mas o DNA viral pode ter entrado no genoma do núcleo replicador, dando uma linha celular neoplásica. O mecanismo “gatilho” secundário que tem sido implicado, inclui paridade (Miller et al., 1980), radioterapia (Choo & Anderson, 1982), fumo, (Trevathan et al., 1983) e imunossupressão (Stanbridge & Butler, 1983).
A presença do herpesvírus pode ser confirmada por cultura e elevação dos níveis de anticorpos, mas o papilomavírus humano (HPV) não tem sido cultivado. Embora a presença de coilocitose ser usualmente considerada patognomônica da infecção por HPV e a confirmação pode ser feita pela identificação de partículas virais usando microscópio de transmissão eletrônica (TEM), pela identificação de elétrons usando imunocitoquímica, ou pelo uso de pesquisa de DNA para identificar o sorotipo preciso.
121. Alterações do herpesvírus. Este campo mostra células isoladas nas quais alguns núcleos são pálidos, ao passo que outras apresentam degeneração nuclear na qual a cromatina parece estar coagulada no centro e também na membrana nuclear. (X 250)
122. Alterações do herpesvírus. Em um estágio mais avançado aparece a multinucleação, com núcleos moldados em grupos compactos. Os núcleos são pálidos com uma aparência de vidro esmerilhado. (X 80)
123. Alterações do herpesvírus. Em maior aumento, estas alterações são vistas mais claramente em uma célula isolada multinucleada. (X 320)
124. Alterações do herpesvírus. Uma característica comum é o borramento da coloração de células afetadas com “pregueamento” dos núcleos. (X 160)
125. Alterações do herpesvírus. Este esfregaço foi coletado de uma paciente com herpes vulvar agudo. A coloração das células afetadas é borrada e também anfofílica. (X 62)
126. Alterações do herpesvírus: inclusões intranucleares. Herpesvírus assim como outras viroses, tais como o citomegalovírus, podem também se apresentar com inclusões intranucleares. Esta seria, no entanto, em estágio tardio de alteração degenerativa, quando partículas virais deixaram a célula e a inclusão consiste em material nuclear residual. Notar que há também condensação de cromatina na membrana nuclear com um halo claro e a inclusão no centro do núcleo. Esta não deveria ser confundida com nucléolos proeminentes. Células multinucleadas estão também presentes. (X 250)
127. Infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV): coilocitose. Purola & Savia (1977) e Meisels e co-autores (1976, 1977) reconheceram coilocitose como diagnóstico da infecção por HPV. Foi também demonstrado que a infecção poderia estar presente no epitélio plano sem verruga evidente. Este campo mostra coilocitose típica com núcleos reativos, aumentados e halo característico profundo separado do citoplasma por uma borda nitidamente condensada. Estes halos devem ser distinguidos dos halos perinucleares finos com uma borda borrada vista em muitas infecções como uma infecção não específica (ver lâmina 55). (X 125)
128. Infecção por HPV: biópsia colposcópica. Este campo mostra tecido do caso mostrado na lâmina 127. Coilócitos são vistos próximos da superfície e a camada superficial está degenerada e queratinizada. Por outro lado, o tecido mostra somente alterações reativas. (H&E, X 62)
129. Partículas virais: TEM. Este campo mostra partículas virais no caso apresentado nas imagens 127 e 128. Partículas virais são escassas nas verrugas genitais e embora a confirmação seja possível por este método, é tedioso e o tempo desperdiçado. A identificação é feita pela morfologia e mensuração de partículas e confirmada por coloração negativa (Stanbridge et al., 1981)
130. Infecção por HPV: coilocitose e células queratinizadas isoladas. A superfície do epitélio infectado pelo HPV comumente mostra hiperqueratose (ver 128). Conseqüentemente escamas anucleadas, queratinizadas e células disqueratóticas são vistas em esfregaços cervicais, além dos coilócitos. Em alguns casos a hiperqueratose e a paraqueratose estão presentes em uma camada espessa que evita esfoliação dos coilócitos tornando impossível um diagnostico firme da infecção por HPV. Contudo, recentemente, a infecção por HPV tem se tornado tão comum e sua associação com neoplasia intra-epitelial é tão estreita que esfregaços repetidos contendo células queratinizadas por garantia seriam confirmadas por colposcopia e biópsia. Coilocitose estão presentes neste campo, mas notar a célula queratinizada isolada ocasionalmente. (X 40)
131. Infecção por HPV: coilocitose e alterações inflamatórias inespecíficas. Reações não específicas são vistas nos esfregaços infectados por HPV da mesma maneira como quando a infecção é causada por outro organismo. Notar a seqüência de células com núcleo pálido aumentado e nucléolos evidentes. (X 120)
132. Infecção por HPV: espícula disqueratótica. Este campo mostra um sincício de células disqueratóticas na forma de uma espícula. É da superfície de uma verruga coberta por espículas queratinizadas.
133. Infecção por HPV: biópsia colposcópica. O corte desta biópsia mostra uma espícula a qual poderia apresentar-se em um esfregaço cervical da mesma maneira como a espícula da lâmina 132. ( H&E, X 37,5)
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