Há mais de dez anos já se conhece o efeito do ftalato de dimetila, usado para dar flexibilidade e transparência ao PVC, sobre o aparelho endócrino humano e só agora o MPF resolve investigar e, quem sabe, proibir o uso das garrafas chamadas pet. Isso é Brasil. Se fosse em outro país mais sério, já teria dado de indenização à cadeia para os fabricantes.
O Ministério Público Federal vai instaurar um inquérito para apurar os riscos da substância bisfenol A (BPA) à saúde, suspeita de causar doenças e proibida em outros países. Ela é utilizada na produção de garrafas plásticas, mamadeiras e outros produtos de plástico.
O inquérito foi instaurado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão para apurar os eventuais efeitos nocivos à vida e à saúde das pessoas gerados pelo BPA, além da forma de regulamentação de seu uso pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), segundo informações do ministério.
O procurador Jefferson Aparecido Dias determinou que sejam solicitadas à Anvisa informações sobre a regulamentação da utilização do BPA, além de eventuais estudos existentes sobres seus aspectos nocivos.
O MPF informou que a preocupação sobre os riscos se sustenta em recentes pesquisas divulgadas por uma universidade norte-americana.
Para cientistas, o BPA seria causador de algumas doenças, como câncer de mama, distúrbios cardíacos, obesidade e hiperatividade. Grávidas e crianças pequenas merecem atenção especial.
A substância pode prejudicar as funções endócrinas e alterar o funcionamento do hormônio feminino estrogênio.
O BPA já foi proibido em outros países, como Canadá, Dinamarca e Costa Rica, e em alguns Estados norte-americanos.
No Brasil, o BPA é utilizado na produção de garrafas plásticas, mamadeiras e copos para bebês, entre outros produtos de plástico.
Colaboração para a FOLHA
[Voltar]