Em um estudo aplicado a uma amostragem limitada, pesquisadores da Universidade de Dakota do Norte submeteram 60 pessoas a testes simulados de direção, concentração e reação, e observaram que as que haviam tomado doses altas de antidepressivos demonstraram menos habilidade ao volante.
Mas os cientistas disseram que estudos mais amplos são necessários para determinar se a habilidade foi prejudicada por conta da medicação ou pela depressão em si.
Os participantes foram divididos em dois grupos – aqueles que estavam tomando medicação e aqueles que não estavam.
Eles foram colocados diante de situações comuns ao volante, para testar habilidades como reagir a uma freada do carro à frente, parar em semáforos e obedecer a sinais de trânsito.
Os motoristas que não haviam tomado medicação obtiveram uma pontuação média de 69 pontos, contra 65 daqueles que estavam tomando medicação em baixas doses e 54 daqueles que tomavam altas doses de antidepressivos.
Concentração
Os resultados foram apresentados na convenção anual da American Psychological Association.
A cientista que coordenou o estudo, a psicóloga Holly Dannewitz, disse que, embora novos trabalhos sejam necessários para determinar com precisão a influência dos medicamentos sobre a capacidade de direção, “certamente parece haver algum tipo de ligação” entre as duas coisas.
“Creio que quem está deprimido, especialmente se estiver sob tratamento com antidepressivos, deve estar ciente disto se estiver dirigindo ou fazendo qualquer outra coisa que requer concentração e capacidade de reação”, afirmou.
Na Grã-Bretanha, onde os motoristas devem informar as autoridades de trânsito de qualquer condição médica capaz de reduzir a habilidade de dirigir, como epilepsia e infarto, a depressão não faz parte da lista de potenciais obstáculos à direção.
“A depressão pode afetar as pessoas de muitas maneiras diferentes, mas um dos sintomas comuns é a dificuldade de concentração”, a porta-voz da organização Mind, dedicada a temas envolvendo a saúde mental.
“Mas é importante dizer que todo mundo tem altos e baixos de concentração e de tempos de reação, e um período de depressão não significa que você é um perigo sobre rodas.”
Fonte: BBC Brasil
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