Entre tantas coisas que impressionam severamente, neste ambiente brutal que está sendo revelado pela crise econômica global, duas delas chamam muito a nossa atenção: o tamanho e velocidade alucinante com que está sendo instalada.
CÉU E INFERNO
Esta forma potente e abrupta, e sem precedentes, que não oportunizou um mínimo tempo para uma preparação adequada, tem se definido como frustrante e complicada. É difícil admitir que, de uma hora para outra, o céu virou um inferno. Sem qualquer parada intermediária.
GRANDE POTÊNCIA
Tudo, gente, aconteceu muito rápido. Como se tivéssemos ido dormir convencidos de que o Brasil, finalmente, havia se tornado uma grande potência (pela demanda forte e elevação dos preços das commodities aqui produzidas), e de repente, fomos acordados diante de uma nova realidade que dava a impressão de que tudo não passara de um sonho.
SONHO
Como as conseqüências da crise já estão pintando danosas demais pelo efeito global, o sonho da prosperidade e bonança alcançados no primeiro semestre já ganha conotação de pesadelo, inclusive beirando a possibilidade, impossível de ser descartada, de que uma recessão esteja a caminho.
RITMO ACELERADO
Como o ritmo da contaminação se acelera a cada dia que passa, o tempo para a assimilação fica mais comprometido. Isto impossibilita, também, uma descoberta rápida de algum tipo de vacina capaz de neutralizar a força do vírus.
SENTIMENTOS
O primeiro sentimento que tivemos, em agosto e setembro, foi de que estávamos diante de uma crise financeira. Logo após, em outubro, ainda tentando debelar a financeira, a crise econômica já anunciava a chegada. E agora, em novembro, ninguém mais duvida de que uma crise social pode estar a caminho. Tomara que não chegue, pois, indiscutivelmente, seria a mais perigosa de todas.
DECISÃO CORRETA
Se a crise me deixa temeroso, mais temeroso ainda me deixa a falta de decisão rápida e correta para tentar barrar a trajetória certeira dos efeitos. Se os empregos precisam ser preservados ao máximo, que o sejam, por algum tempo sem os custos de contribuições sociais. Que seja possível pagar só salário, até que a nuvem negra passe.
PODER DE DESTRUIÇÃO
O mesmo deveria acontecer com relação a muitos impostos que são pagos pela sociedade. As alíquotas deveriam ser reduzidas o mais rápido possível. O momento, gente, exige o máximo de criatividade para evitar uma quebradeira. Caso contrário, o povo vai às ruas. E aí a destruição não será só econômica. Será total.
Editor: Gilberto Simões Pires
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