Jung

CARL GUSTAV JUNG (1875-1961) discípulo suíço de Freud, desenvolveu uma versão modificada da teoria psicanalítica que tinha como base os elementos hereditários do inconsciente. Originou as provas de associação de palavras e deu impulso ao uso de termos como complexo, introversão, extroversão e arquétipo.

Jung, que entre outras coisas era exímio intérprete de cantos dos Alpes, foi considerado por Freud por algum tempo um filho adotivo e herdeiro aparente do movimento psicanalítico. Freud o chamara, numa carta, “meu sucessor e príncipe herdeiro”(McGuire, 1974, p.218). Depois de a amizade com Freud desintegrar-se em 1914, Jung iniciou o que denominou psicologia analítica, que estava em total desacordo com a teoria freudiana.

Da mesma forma que o Mestre Freud, Jung também buscou inspiração na mitologia grega, especialmente nas obras de Homero, na Ilíada e na Odisséia como exemplo o Sacrifício da Virgem Ifigênia que consta da seguinte história:

Quando os atenienses decidiram atacar Tróia para libertar a bela Helena, raptada por um príncipe troiano, o deus dos ares não queria soprar as velas das naus para que elas zarpassem e, para isso, o general-em-chefe dos exércitos atenienses resolveu fazer uma barganha com os deuses e ofereceu a vida de sua linda e casta filha Ifigênia em sacrifício ao deus. Quando Ifigênia foi levada e colocada no local do sacrifício, o deus soprou as naus, mas o mensageiro encarregado de avisar o general e salvar a vida de Ifigênia não chegou a tempo e ela foi sacrificada. Nessa obra Jung encontrou inspiração para sua teoria do controle e descontrole, “inglesamente” chamado de Self, que se traduz justamente por auto, por si mesmo e a teoria do Self trata justamente o autocontrole.

Embora a história da guerra de Tróia seja contada como sendo fruto do rapto da bela e formosa princesa Helena e seja considerada como uma obra da mitologia grega, na realidade a cidade de Tróia existiu realmente e também aconteceu a guerra que o historiador Homero narra, mas o motivo desta foi simplesmente as riquíssimas e extensas minas de ouro dominadas pelos troianos e que despertaram a cobiça dos atenienses. Descontando-se as partes mitológicas, como o lendário “calcanhar de Aquiles“, e outras mais, a guerra aconteceu de fato, saindo os atenienses vencedores e dominando e espoliando tanto os tesouros da cidade e de seus moradores, muitos levados como escravos à Atenas, quanto roubando o ouro abundante das minas de Tróia.

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