Com certeza a essa hora já tem fila de hipocondríacos nos balcões de farmácias para comprar aspirina…
Aspirina é nome comercial do ácido acetilsalicílico, um ácido orgânico obtido por esterificação do ácido salicílico com anidrido acético em meio de ácido sulfúrico (catalizador da reação), à quente. É um fármaco fácil de fazer em laboratório, pois não exige nenhum tipo de tecnologia de ponta (saiba como “fabricá-lo” aqui), mas há dois problemas nessa descoberta “fantástica”:
- o ácido acetilsalicílico é bloqueador de todas as isoformas da prostaglandina, uma enzima importantíssima em diversos processos fisiológicos do organismo, como por exemplo a agregação plaquetária, regulação da bomba de prótons e tantos outros. Os principais efeitos dos dois mecanismos citados são: hemorragias e úlceras gástricas;
- existe dois tipos de AVCs (acidentes vasculares cerebrais): o isquêmico, que é um infarto de artérias cerebrais, e o hemorrágico, que é a ruptura de vias cerebrais. No caso do AVC isquêmico, o ácido acetilsalicílico, pelo seu efeito inibodor da agregação plaquetária, pode diminuir a incidência ou probabilidade da formação de trombos que causam esse tipo de AVC, mas no caso do AVC hemorrágico, devido ao mesmo fenômeno que a faz benéfica no AVC isquêmico, ela se torna mortal no caso deste segundo tipo, pois acaba aumentando a hemorragia e comprimindo o cérebro contra os ossos da caixa craniana, matando o tecido cerebral.
Não existe milagre em farmacologia. Não existe um fármaco, poção, fruta, planta, chá, ou qualquer coisa que faça um efeito universal e benéfico.
O efeito previsto de um fármaco é matemático: dois mais dois é igual a quatro, mas a resposta do organismo ao fármaco pode ser qualquer coisa entre três e cinco, passando obrigatoriamente pelo quatro, ou seja, a resposta do organismo é imprevisível.
Leiam a notícia dessa descoberta miraculosa aqui
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