1 Gastrulação
É o estágio seguinte à blastulação e caracteriza-se principalmente pela ocorrência de movimentos celulares (invaginações). Na invaginação o polo vegetativo é empurrado para dentro, ocupando o espaço da blastocele, formando, com isso, a gastrocele que é o intestino primitivo que formará o intestino e por isso chamado de arquêntero. O arquêntero possui uma abertura para o exterior, que é o blastóporo. Após a gastrulação surgem esboços de órgãos (5).
Ernest Von Baer criou a teoria dos folhetos germinativos, dos quais nascem os órgãos (5).
Incialmente, pela invaginação, surgem dois folhetos, a ectoderme por fora e a endoderme por dentro. Esta gástrula é dita didérmica. A endoderme se invagina e forma a mesoderme, o terceiro folheto. Esta é a gástrula tridérmica (5).
Segundo a teoria de Von Baer, a ectoderme originará o tecido nervoso e o epitelial, a mesoderme formará o aparelho gênito-urinário e de células derivadas da mesoderme, o mesênquima, formar-se-á o tecido conjuntivo, e da endoderme surgirá o sistema digestivo, respiratório e algumas glândulas e órgãos (5).
A notocorda se formará da região dorsal do blastóporo e terá função de sustentação primitiva no embrião, desaparecendo com o desenvolvimento embrionário (5).
2 Neurulação
Durante ou após a gastrulação, ocorrem três acontecimentos simultâneos e de grande importância: 1. a formação do tubo neural, 2. a formação da mesoderme e, 3. a formação da notocorda. A estrutura embrionária resultante é a neurula e a fase se chama neurulação (5).
3 Formação do tubo neural
Na região dorsal da gástrula existe um conjunto de células da ectoderme existe um conjunto de células da ectoderme chamada placa neural. Estas células se aprofundam e destacam-se da ectoderme sendo recobertas por esta última. A placa neural forma agora um sulco ou goteira neural que posteriormente se fecha para formar o tubo neural que agora fica sob a ectoderme e acima da endoderme (5).
4 Formação da mesoderme
Na porte posterior do arquêntero formam-se duas bolsas laterais que posteriormente se estrangulam ficando livres, uma em cada lado, formando as duas bolsas mesodérmicas contendo cada uma a sua cavidade celomática. As duas bolsas crescem para baixo e acabam fundindo-se, formando uma enorme bolsa entre a ectoderme e a endoderme (5).
5 Formação da notocorda
No teto do arquêntero existe um conjunto de células da endoderme que destacar-se-á da mesma, constituindo a notocorda que é um eixo de sustentação, ficando por cima do tubo digestivo e abaixo do tubo neural, estendendo-se longitudinalmente ao longo do corpo do embrião (5).
Na espécie humana a notocorda será substituída pela coluna vertebral (5).
Existe uma controvérsia entre os embriologistas no que tange à formação da notocorda, pois alguns dizem que ela se origina do nó de Hensen, localizado na ectoderme (2:130 e 5).
Na terceira semana a mesoderme começa a se espessar ao redor da notocorda formando três mesodermes: 1. lateral, 2. intermediária e, 3. para-axial:
Cada um desses mesodermas tem destinos diferentes e aos poucos o mesoderma se divide por fusão das fendas (delaminação):
Dos dois folhetos formam-se membranas. De 1 forma-se a somatopleura, que formará os revestimentos parietais, e de 2, formar-se-á a esplancnopleura, esta formando os revestimentos viscerais.
O mesoderma parietal ou para-axial separa-se do intermediário, formando o aparelho urogenital. No para-axial aparecem reabsorções celulares formando pequenos espaços, originando segmentos denominados somitos. O primeiro par de somitos aparece no vigésimo primeiro dia e formar-se-ão de 38 a 44 pares, assim distribuidos:
- 4 pares occiptais.
- 8 pares cervicais.
- 12 pares toráxicos.
- 5 pares lombares.
- 5 pares sacrais.
- 8 a 10 pares coccigeanos.
Com a evolução, desaparecerão o primeiro par occiptal e de 5 a 7 pares coccigeanos. Os somitos formarão as vértebras, costelas e outros ossos segmetandos (5).
Quando se vai ao açougue, deve-se pedir um quilo de somitos (derivados) ao invés de um quilo de costela.
Formam-se três pares de somitos a cada dia e assim pode-se contar a idade do embrião pelo número de pares de somitos formados (5).
No interior dos somitos surge uma cavidade efêmera chamada miocele, que provavelmente esteja associada à divisão do somito. Os somitos se deividem em dorsais e ventrais, e respectivamente em dorso-laterais e dorso-mediais. Na parte dorso-lateral (dermato-miótono) formam-se os tecidos musculares e as aponeuroses, enquanto na parte ventro-medial (esclerótono), originar-se-á os tecidos conjuntivos (ósseo, de revestimento, e etc.) (5).
Do 21º ao 30º chama-se período somítico e da 4ª à 8ª semana denomina-se período embrionário propriamente dito. Este é o período da organogênese, no qual os órgãos se formarão, à exceção do coração, que se formou antes, de acordo com o seguinte destino dos folhetos embrionários proposto por Von Baer:
Este é o período mais importante e de maior risco. Nesta fase o embrião deixa de ter a forma de disco para se transformar em cilindro, graças à formação dos órgãos (5).
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