O caso do pensionista da Secretaria da Fazenda, José Abílio da Silva Junior, 48 anos, acusado de pedofilia, foi debatido no Jornal do Piauí desta quarta (03). O advogado criminalista Leôncio Coelho explicou que o pedofilia não é crime, mas sim uma perversão sexual em que o indivíduo sente necessidade de ter prazer com adolescentes que estão na puberdade.
Evelin Santos/Cidadeverde.com
Por não ser crime, uma pessoa acusada de pedofilia não é presa. Porém, se for caracterizada agressão, o acusado é preso. “Se ele for pedófilo, vai para tratamento. Se for agressor sexual, a pena é de cinco anos ao menos. A grande dificuldade é caracterizar quem é pedófilo e quem é agressor. Tem pedófilo preso e agressor em tratamento”, declarou.
Já o psicólogo Eduardo Moita explica porque o pedófilo precisa de tratamento. “Só o desejo sexual por adolescentes na puberdade por um período mínimo de seis meses já caracteriza como pedofilia. Ele precisa de um tratamento porque, independente disso, no dia que ele for solto ele fará de novo”, disse.
O psicólogo reitera ainda que há a dificuldade de distanciar a pedofilia da agressão. “Existe uma dificuldade. A gente não pode, no meu entendimento, separar a pedofilia da agressão. Existem pedófilos que não agridem porque buscam o controle dessa situação e não se aproximam de possíveis vítimas”, explicou.
A conselheira tutelar Maria do Carmo Braz ressalta a importância que os pais tem em sempre procurarem manter um bom relacionamento com seus filhos. Além disso, assegura que a escola também tem papel importante na observação do comportamento dos adolescente.
“A gente percebe hoje que a família fica muito distante do seu filho. Ele chega em casa com algum objeto estranho e a gente não pergunta de onde veio. Esse menino [do caso em questão] é um menino esclarecido, que fez a gravação para comprovar que estava sendo perseguido. A escola hoje em dia tem observado muito e tem chegado muitos casos no conselho denunciados pela escola. Em caso de perceber alguma coisa, chama, conversa, procura o conselho e quando a gente começa a perceber a gente encaminha para delegacia e depois para acompanhamento psicológico”, explica.
Leilane Nunes
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