O diagnóstico é tudo

Os médicos da era vitoriana eram brilhantes na identificação de todas as doenças cuja cura eles desconheciam por completo.

  • Percussão. o musical Leopold Auenbrugger a (1722-1809), filho do taverneiro de Graz, aplicou a forma de verificação da quantidade de vinho nos barris do pai – batendo na madeira com as pontas dos dedos – para descobrir a existência de fluidos no peito dos pacientes. Os médicos vienenses consideraram o método ultrajante e sem dignidade. Jan Nicholas Corvisart (1755-1821), médico de Napoleão, achou explêndida a ideia e em 1808 a espalhou por toda Paris – como Sir Samuel Wilks, honradamente dando crédito ao seu autor.
  • Ausculação. Para ouvir o coração e os pulmões, todos os médicos, desde Hipócrates, encostavam o ouvido no peito do paciente. Esse método foi descrito por René Theophile Hyacinthe somente ineficaz, mas Laennec (1781-1826) como “não somente ineficaz, mas inconveniente, indelicado e, nos hospitais, até mesmo desagradável”. Muitos médicos pousavam a cabeça sobre colos suaves e adormeciam. Assim, em 1816 Paris produziu outro auxiliar do diagnóstico quando Laennec atendeu uma jovem de seios tão avantajados que ele impulsivamente enrolou uma folha de papel, ouviu de uma distância decente e inventou o estetoscópio. O primeiro era um rolo oco de madeira, passou para uma corneta acústica e depois para o conhecido estetoscópio para os dois ouvidos, equivalente à bengala do cabo oco de ouro.
  • O pulso. Era difícil medir a pulsação antes de surgirem os ponteiros de segundos dos relógios de bolso. O estudante de medicina Galileu (1564-1613) meda seu pendulo pelas batidas de seu coração, depois inteligentemente inverteu a idéia,  passando a medir o pulso pelo movimento do pêndulo. Um professor de Pádua, Sanctorius Sanctorius (1561-1636), em 1625 inventou o pusilógio, um relógio de pulso que depois de dois séculos foi aperfeiçoado em Lichfield por Sir John Foyer (169-1734, passando a marcar os minutos sanctorius passou grande parte da vida sentado numa máquina de pesar para ver quanto peso ganhava com cada refeição, antecipando a ciência do metabolismo do século XX e a obsessão em perder peso.
  • A temperatura. Galileu havia inventado um termômetro sanctorius o aperfeiçoou para set usado em seres humanos, mas tinha 33 centímetros de comprimento e precisava ser chupado durante 20 minutos. O estudioso Sir Thomas Cifford Albutt (1836-1925), o original Dr. Lydgate de George Eliot em Middlemarch, o reduziu a algo que as enfermeiras podiam guardar no bolso. Carl Reinhold Augustwunderlich (1815-1877), de Württemberg, inventou o gráfico da temperatura e, em 1868, compreendeu que a elevação da temperatura do corpo humano que ele registrava não era, necessariamente, como se pensava na época, uma doença. “Ele encontrou a febre como uma doença e a deixou como um sintoma”

Benjamin Rush (1745-1813), o Hipócrates da Pensilvânia, um quacre contrário à guerra, escravatura, aos enforcamentos e ao álcool (atitude muito boa para sua clínica, foi signatário da Declaração da Independência e declamou: “A medicina é minha esposa e a ciência minha amante” (Não acho que essa violação do sétimo mandamento seja lisonjeira para a dona dos seus afetos”, comentou Sir Oliver Wendell Holmes, de Boston) Rush descobriu que a inflamação era o efeito da doença, e não a causa. Wunderlich e Rush tiveram uma visão bastante clara da infecção, antes que a microbiologia prática no fim do século XX a tornasse tão pouco notável quanto uma fotografia.

  • Raios X. Wilhelm Konrad Roentgen (1815-1922), professor de física em Würzburg, na Bavária, trabalhando até mais tarde numa noite de sexta-feira, 8 de novembro de 1895, notou que alguns cristais distantes iluminavam-se no laboratório escuro quando a eletricidade passava pelo tubo de vácuo que ele estava usando dentro de uma proteção de papelão. Ele afastou mais os cristais do tubo. Novamente se acenderam. Pôs um livro entre eles e a corrente elétrica. Um pedaço de madeira. Depois, placas de metal. Continuaram a brilhar Pôs a mão no meio. Mein Gott! seus ossos ficaram visíveis. Ganhou o prêmio Nobel em 1901. Roentgen era um homem simples, triste, sonhador e modesto que detetava a publicidade, e deu as 5o.ooo kroner do prémio Nobel para sua universidade, recusou chamar os raios de Roentgen e a explorá-los comercialmente, disse a todo mundo que o Kaiser ia perder a guerra e morreu sozinho e na pobreza.

Pierre Curie (1859-1906) sua mulher polonesa, ex-governanta de crianças Marie Sklodowska Curie (em 1867-1934), descobriram o rádio em 1897. Pierre fui atropelado em Paris, e Marie morrer de anemia causada por exposição ao norte.

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