Após novas denúncias do empresário Marcos Valério sobre o mensalão, a orientação da presidente Dilma Rousseff é para que o governo federal defenda o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com veemência.
No Palácio do Planalto, Dilma coordenou uma operação de defesa que envolve de ministros a governadores aliados. Ela inclusive telefonou para o governador Jaques Wagner (PT-BA) e pediu que ele conversasse com colegas de outros Estados.
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Segundo reportagem de “O Estado de S. Paulo”, Valério disse, em depoimento dado em setembro, que foi responsável por pagar despesas pessoais do ex-presidente em 2003, por meio de depósitos na conta de uma empresa de Freud Godoy, ex-assessor particular de Lula. O empresário também afirmou que Lula deu aval, pessoalmente, aos empréstimos usados para abastecer o esquema do mensalão.
Em Paris, a presidente falou sobre o assunto com Lula antes de fazer uma defesa pública de seu mentor. O recado presidencial, segundo assessores, foi mostrar que ela não perde a confiança em seu antecessor e jamais irá romper com ele.
Além disso, parlamentares da base aliada foram orientados por Dilma a sair a campo.
José Sarney (PMDB-AP) defendeu de maneira contundente o ex-presidente: “É uma profunda inverdade. A pessoa que disse não tem autoridade para falar mal do presidente Lula, que é um patrimônio da história deste país”.
Marco Maia, petista presidente da Câmara, disse que a fala de Marcos Valério não merece crédito.
É essa a orientação do PT em relação ao publicitário: desqualificar suas declarações, destacando que fazem parte de um “ato de desespero” de alguém que acabou de ser condenado a mais de 40 anos de prisão.
LULA
Também em Paris, onde participa de encontro com o presidente francês François Hollande, Lula classificou como mentirosas as afirmações do empresário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República.
“Isso é mentira”, disse Lula na saída do primeiro dia de seminário organizado por seu instituto e a Fondation Jean-Jaurès, ligada ao Partido Socialista francês, em Paris.
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