WILLIAM JAMES (1842-1910) é considerado por muitos como o precursor da Psicologia Funcional.
Há muito de paradoxal acerca de William James e do seu papel na psicologia americana. De um lado, ele foi por certo o principal precursor americano da psicologia funcional. Foi o pioneiro da nova psicologia científica nos Estados Unidos e o decanos dos psicólogos, considerado ainda hoje por muitos o mais psicólogo americano que já existiu. De outro, James chegou a negar que fosse um psicólogo ou que houvesse uma nova psicologia.
Além disso, James era visto por alguns psicólogos da sua época como uma força negativa no desenvolvimento de uma psicologia científica, devido ao seu conhecidíssimo interesse pela telepatia, pela clarividência, pelo espiritualismo, pela comunicação com os mortos em sessões espíritas e por outras experiência místicas. Titchener, Cattell e outros destacados psicólogos americanos criticaram James por sua entusiástica aceitação de fenômenos mentalistas e psíquicos que eles, na qualidade de psicólogos experimentais, estavam tentando expurgar do seu campo.
James não fundou um sistema formal de psicologia nem teve discípulos. Embora a psicologia à qual ele esteve associado estivesse tentando ser científica e experimental, James não foi um experimentalista, nem nas suas atitudes nem nas suas ações. A psicologia, que ele um dia chamou de “cienciazinha detestável”, não foi a paixão da sua vida, o que não era o caso de Wundt e Titchener. James trabalhou algum tempo no campo da psicologia e depois dedicou-se a outras coisas.
William James nasceu no Astor House, um hotel da cidade de Nova York, no seio de uma conhecida e opulenta família. Seu pai dedicou-se com entusiasmo à educação dos cinco filhos, que se alternava entre a Europa (por causa de sua crença de que as escolas americanas eram demasiado limitadas) e os Estados Unidos (por causa da convicção igualmente forte de que seus filhos deveriam ser educados entre seus compatriotas). Assim, a educação formal inicial de James, interrompida freqüentemente por viagens, ocorreu na Inglaterra, na França, na Alemanha, na Itália, na Suíça e nos Estados Unidos. O pai também incentivou nos filhos a independência intelectual.
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