Entre o mar Cáspio e o golfo Pérsico fixaram-se, a partir do nono século a.C., dois povos de origem indo-européia: os Medos e os Persas. Os primeiros ocuparam as terras férteis do sul do mar Cáspio e logo desenvolveram seu reino independente (800 a.C.). Mais tarde (612 a.C.) tiveram de libertar-se do jugo assírio, que os havia submetido juntamente com toda a legião.
Ciáxares, rei da Média, aliou-se a Nabopalasar, da Babilônia, destruindo Nínive. A Média passou a expandir suas fronteiras. Morto Ciáxares, seu filho Astíages não teve a simpatia dos nobres de sua corte, que se aliaram a Ciro, rei da Pérsia; este o derrotou, fundindo a Média e a Pérsia em um só reino.
Os persas, habitando a região mais ao sul, próxima do golfo Pérsico, não tinham os recursos naturais de seus vizinhos do norte. Sua vida era mais dura e assim também a disciplina com que eram criados seus filhos: aprendiam a montar a cavalo, a manejar o arco e a jamais mentir.
Após a conquista da Média, o poder dos persas passou a crescer e a assustar alguns de seus vizinhos. Entre eles estava Creso, rei da Lídia, que resolve fazer uma guerra preventiva contra Ciro. Não é feliz, porém, e seu exército é derrotado.
Vendo-se perdido, para fugir à vingança de Ciro, Creso manda armar uma grande fogueira. Nela se atira com toda a família. O rei persa, chegando a tempo, salva da fogueira seu adversário. E, demonstrando grande generosidade, transforma-o em um de seus conselheiros.
Após a conquista da Lídia, Ciro estende seus olhos para a Mesopotâmia, de onde os Medas, um dos povos componentes da nação persa, saíram após ajudarem a aniquilar o Império Assírio, séculos antes. Era preciso vencer a Babilônia para dilatar seus domínios até o Mediterrâneo. Em 538 as tropas persas derrotam os babilônios com grande facilidade, sendo destronado Baltasar, último rei dos caldeus, famoso pelo seu gosto pelos prazeres e festins.
Ao vencer a babilônia, Ciro deu mais uma vez mostra do seu espírito generoso: liberta o povo hebreu, ali cativo desde (612 a.C.), quando foi vencido, na Palestina, por Nabucodonosor. Os hebreus retornam à sua terra e reedificam o templo de Salomão.
O único grande império até então livre do domínio persa era o Egito. Ciro, porém, não o conquista, tendo morrido em 529 a.C.
Seu filho Cambises, o novo rei, empreende a conquista do Egito. Em 525 a.C., na batalha de Pelusa, os egípcios são vencidos com certa facilidade. Os persas demonstrando habilidade, colocaram numerosos gatos à frente de seu exército. Sendo aqueles animais considerados sagrados, os egípcios para não feri-los, acabaram sendo derrotados. Ao contrário de Ciro, Cambises não era inteligente nem generoso. Não sabia respeitar os povos conquistados. Por sua ordem foi morto o Boi Ápis, animal sagrado para os egípcios, provocando grande comoção.
Além disso, não soube reprimir desordens nem abusos no país vencido. Tendo ordenado a morte de seu próprio irmão, para não ter concorrente ao trono, Cambises não teve condições de sufocar uma revolta ocorrida na Pérsia, durante sua campanha do Egito. Desesperado, suicidou-se.
Seu sucessor foi Dário, o Grande Rei, cujos primeiros atos foram sufocar as revoltas que se espalhavam pelo reino e derrotar alguns rivais que pretendiam o trono. A seguir, tratou de expandir ainda mais seu império, que ia do rio Indo até a Europa.
A seguir, deu-lhe organização. Dividiu-o em 31 províncias ou Satrápias, à frente de cada uma colocou um nobre de sua confiança. Apesar disso tinha vários funcionários que visitavam as Satrápias em seu nome, ouvindo o povo e vendo os atos do Sátrapa. Eram os “olhos e ouvidos do rei”.
Graças a esses funcionários, Dario mantinha inteiro controle sobre seus vastos domínios. Estradas reais ligavam todas as províncias, permitindo o rápido deslocamento de tropas e as transações comerciais.
Dario, apesar de não ser o criador da moeda, foi seu divulgador. Mandou cunhar o “Dárico”- moeda nacional, que circulava em todas as Satrápias, facilitando o comércio.
Foi digno de admiração o sistema de correios, estabelecido no Império Persa. Mensageiros velozes faziam chegar a correspondência a todas as cidades mais importantes, mantendo sua unidade político-administrativa.
Um perfeito sistema de cobrança de impostos tornou próspero o tesouro real, aumentando cada vez mais o prestígio desse rei, quase Todo-Poderoso. A ocidente de seus domínios, porém, despertava um povo de navegadores, que começou a preocupar Dario. Eram os gregos, que haviam ajudado algumas colônias persas do Mediterrâneo a revoltarem-se contra o Grande Rei.
Para punir os gregos, Dario ordena uma expedição militar. Os persas são derrotados, na planície de Maratona, perto da cidade de Atenas (490 a.C.).
Dario morre sem vencer os gregos. Seu filho Xerxes, prosseguindo a guerra, também é derrotado nas batalhas de Salamina e Platéia.
Desistindo de combater os gregos em seu território, os persas recuam. Mais tarde, o grande conquistador macedônio Alexandre, tendo dominado os gregos avança sobre o território persa, sem encontrar resistência séria. Termina por conquistar o grande Império, cujo último rei, Dario III, fora assassinado por um de seus Sátrapas, durante a campanha de Alexandre.
O Grande Império Que Durou Dois Séculos
A leste da Mesopotâmia ficam situadas terras elevadas – o planalto do Irã. Seu clima é extremamente rude. O calor abrasador e a pequena queda de chuvas faz aparecer o deserto no interior. Por outro lado sopram ventos velozes e, no inverno, a temperatura cai abaixo de zero.
Ao sul do mar Cáspio localizaram-se, a partir do ano 2000 a.C., os medas, de raça indo-européia, formando o reino da Média.
Nas proximidades do Golfo Pérsico, ao sul do planalto, estabeleceram-se os persas, povo da mesma origem dos medas.
Inicialmente, os medas dominam os persas e chegam a fazer guerra aos assírios, sitiando sua capital (Nínive) e derrotando os generais de Assurbanipal. O organizador dos medas foi Fravortes, sucedido por Ciáxares – o verdadeiro construtor do Império Meda. Aliado a Nabopalasar, rei da Babilônia, destrói Nínive e o poderio dos assírios. Após Ciáxares, sobre ao trono da Média seu filho Astíages, que se revela fraco e indeciso. A Média é, então, conquistada por Ciro, rei dos persas, que une os dois reinos sob sua direção, começando a formação do maior império até então organizado no Oriente.
Os persas, sob Ciro, estendem sua dominação à Lídia, salvando da morte o rei Creso, que tentara suicidar-se, ao ser vencido. A seguir, as tropas persas avançam para as margens do Mediterrâneo, combatendo as colônias gregas que se aviam aliado a Creso, contra Ciro. Marcha depois para leste, estendendo seus domínios até o Rio Indo. Em seguida ataca a Babilônia, onde é recebido festivamente. Ali presta homenagem ao deus Marduk e é generoso com os judeus, cativos desde os tempos de Nabucodonosor. Devolve-lhes os objetos sagrados que haviam sido roubados pelos babilônios e lhes permite voltar à Palestina, para reconstruírem o templo de Jerusalém. A seguir anexa a seus domínios a Síria e a Palestina. Pretendeu conquistar o Egito, mas vem a falecer e é sepultado em Pasárgada. Seu filho Cambises herda o trono. Bastante diferente do pai, invejoso, cruel e sanguinário, seu reinado é uma sucessão de crimes e desastres. Antes de partir para conquistar o Egito, manda assassinar secretamente seu irmão. No Egito, submetido às suas tropas na batalha de Pelusa, pratica todos os excessos: executa o faraó, viola múmias e templos, pune cruelmente a população. Suas tropas partem para conquistar Cartago, mas voltam do caminho, dizimadas pelas perdas de soldados no deserto. Tenta, a seguir, ocupar a Núbia e a Líbia, sem sucesso. Enfurecido e atribuindo aos egípcios seu fracasso, mata o boi Ápis, provocando geral consternação. Em 522 a.C., retira-se do Egito e vem a saber que o trono persa estava ocupado por um usurpador, Gaumata, que se fazia passar pelo seu irmão assassinado. Regressa às pressas à Pérsia, mas, desesperado, acaba por suicidar-se.
Após um período de lutas internas e nas colônias, sobe ao trono Dario. Seu primeiro trabalho é sufocar as revoltas e impor sua autoridade. Após 7 anos de lutas é o rei incontestável dos persas e de todo o seu império. A seguir estabelece uma organização administrativa extraordinária, através da qual dirige com mão de ferro suas Satrápias. Ao fim de seu governo faz guerra aos gregos da Europa e é derrotado. Morre sem poder vingar-se. Seu filho Xerxes, bem como os outros sucessores, também não conseguem triunfar sobre os gregos, em guerras que se estendem por meio século (492-449 a.C.). Ao fim, enfraquecido, o grande império é conquistado por Alexandre da Macedônia que, com a queda de Persépolis (330 a.C.), liquida-o definitivamente. Menos de 200 anos bastaram para fazer ruir por terra o poderoso império de Ciro e Dario, apesar de sua grande vitalidade e magnífica organização.
Alguns Aspectos do Império Persa
- O GRANDE REI – Dario ficou conhecido pelos seus contemporâneos como “o Grande Rei”. Isso se deve em parte à sua extraordinária capacidade administrativa: criação das Satrápias; construção de estradas; eficiente sistema de correis; vulgarização da moeda; controle sábio de numerosos povos de cultura diferente que lhe pagavam tributos, respeitando sua soberania; eficiente dispositivo militar. O império persa estendia-se, ao tempo de Dario, dos mares Mediterrâneo, Negro, Cáspio e Aral ao deserto da Arábia, Golfo Pérsico e Oceano Índico. A leste ia até o rio Indo.
- ARQUITETURA – Ao contrário do Egito, na Pérsia, dominava uma religião sem ídolos e templos. Assim as artes sofreram influência de outra ordem. A arquitetura, por exemplo, em vez de construir templos, edificou palácios majestosos, como os de Persépolis, Susa, Ecbátana e Pasárgada. Apesar de sofrer forte influência dos povos vizinhos, a arquitetura persa teve algo de nacional, especialmente na forma de seus capitéis, representando cabeças de touros. Além dos palácios reais, os arquitetos persas distinguiram-se na construção dos túmulos para seus reis.
- ESCULTURA – A escultura quase sempre está a serviço da arquitetura. Na Pérsia ficaram famosas as estátuas de touros alados, e as decorações em baixo-relevo nas paredes dos palácios reais, representando cenas da época. Eram feitas em pedra ou tijolos esmaltados, à semelhança dos assírios. Além desses materiais eram também utilizados: o ouro, o bronze e o marfim, sob a forma de placas, decorando as paredes dos palácios.
Os Adoradores do Fogo
Nos primeiros tempos os persas eram adoradores dos elementos básicos da natureza: a luz (dividida em “luz do dia” – Sol e “luz da noite” – Lua); a água; a terra e o vento.
A partir do século VII a.C. uma reforma profunda produziu-se. Inspirados em Zoroastro ou Zaratustra, o padroeiro da Alquimia, criou-se na Pérsia o Mazdeísmo, religião que se baseia na existência de dois poderes: o Bem (Ormuz) e o Mal (Arimã).
As duas forças estão permanentemente em luta. Ormuz personifica todas as coisas e sentimentos bons da vida. Arimã, todos os vícios e atitudes negativas. Na luta entre o Bem e o Mal o homem deve participar ao lado de Ormuz. Ao fim dos tempos, o Bem triunfará, mas os homens podem ajudar a antecipar sua vitória final, praticando a virtude, amando o trabalho, combatendo a mentira, lutando contra as ervas daninhas e os animais prejudiciais.
O homem tem uma alma imortal. À sua morte ele é julgado pelas obras que praticou. Se foi bom, atravessará uma ponte larga e segura sobre um abismo e herdará o paraíso. Se foi mau, a ponte se estreitará cada vez mais, e ele cairá no abismo de trevas onde sofrerá os castigos infernais. Se suas obras boas equivalerem às más, irá para um terceiro local – um purgatório.
O corpo era considerado “propriedade” de Arimã e, como tal, desprezado após a morte. Para não profanar a terra, os cadáveres eram dependurados em postes, onde ficavam à disposição dos abutres. Em casos especiais eram cobertos de cera e enterrados. Somente aos reis, devido à sua natureza divina, eram dados túmulos.
O fogo era adorado ao ar livre, geralmente em pontos elevados, onde se erguiam altares para seu culto. Devido a isso, são desconhecidos templos religiosos na Pérsia, ao contrário de outros povos vizinhos.
Após a morte de Zoroastro sua religião sofreu modificações. Ainda hoje, porém, tem seguidores na Índia – os Pársis, com cerca de 100 mil adeptos.
Mithrydathes
Rei do Ponto, um reino no oriente médio em terras do atual Irã e que fora uma Satrápia Persa durante muitos anos, foi o primeiro a pesquisar os venenos e a procurar seus antídotos, fazendo seus ensaios imunológicos em seus prisioneiros de guerra, sendo ele considerado o precursor das horrendas e cruéis experiências realizadas por médicos e “cientistas” durante as grandes guerras, como pôr exemplo o sombrio holocausto nazista da segunda guerra mundial.
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Valendo salientar que a religião Sanatanna Dharma
( HINDUISMO) se originou na Pérsia, ou seja, grandes religiões como o Budismo, jainismo e siquismo tem como ancestral o sistema filofófico religioso da Pérsia. Os bajhans que são as músicas religiosas da índia, são profundamente influenciadas pelas músicas Persas. O Deus Mitra era adorado tanto na Pérsia como na Índia. E os Deuses védicos, com Agni(fogo) Suria(vento) que são indianos,também são encontrado na Pérsia,além , do consumo do Amrit o néctar da imortalidade, é praticado nas duas civilizações.