CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Um outro debate em curso no mundo das farmácias é o aumento da oferta de medicamentos isentos de prescrição médica.
Existe um grupo de trabalho na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) discutindo a reclassificação de vários produtos que hoje são vendidos com exigência de prescrição médica.
Segundo levantamento da Abimip (Associação Brasileira dos Medicamentos Isentos de Prescrição), se isso fosse aprovado, seria possível eliminar 200 milhões de receitas médicas por ano.
Dados do WSMI (World Self-Medication Industry) mostram que a Nova Zelândia é o país com mais medicamentos isentos de prescrição, num total de 143, seguido pela Coreia com 134. Na Argentina são 67.
No Brasil, há 32 categorias de medicamentos isentos de prescrição (MIPs).
“O país está muito atrasado nessa área. Deveria se concentrar no controle dos medicamentos com maiores riscos sanitários”, diz Sergio Mena Barreto, presidente -executivo da Abrafarma.
Segundo ele, não se justifica haver tantas substâncias sob prescrição quando o nível de segurança delas já está bem estabelecido.
Um exemplo é o omeprazol, medicamento que possui ação como antiácido, com mais de 20 anos de uso.
Hoje, 23 milhões de unidades são vendidas por ano, sendo que mais de 80% ocorre por procura espontânea.
“Com o valor gasto em uma consulta para ter uma receita de um medicamento para tratar um simples sintoma como dor muscular, é possível comprar um frasco de medicamento para tratar a hepatite C”, diz Aurélio Saez, um dos diretores da Abimip.
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