Além de progredirem no interior da psicologia como profissão e ciência, as psicólogas têm contribuído para o estudo da psicologia das mulheres. Uma pioneira nessa área é LETA STETTER HOLLINGWORTH (1886-1939), doutorada em Columbia no nano de 1916. Na época, ela já publicara obras significativas sobre a psicologia das mulheres. Ela fez amplas pesquisas empíricas sobre a hipótese da variabilidade, a idéia de que, em termos de capacidades físicas e intelectuais, as mulheres constituem um grupo mais homogêneo do que os homens. Como se consideravam os homens um grupo que exibia maior variação, havendo portanto maior probabilidade de que alguns deles exibissem capacidades acima da média e superiores, eles obviamente se beneficiariam de oportunidades educacionais e profissionais diversificadas. As mulheres, consideradas mais semelhantes entre si e mais aglomeradas no nível médio de capacidade, tinham pouca necessidade de ser educadas para qualquer coisa além das tarefas domésticas.
Os dados de Hollingworth refutaram a hipótese de variabilidade e outras noções de inferioridade feminina. Ela descobriu que o ciclo menstrual não tinha relação com decréscimos de desempenho em termos de habilidade perceptivas e motoras ou de aptidões intelectuais. Seu trabalho contestou a idéia de que as mulheres só poderiam encontrar satisfação na maternidade e de que o seu desejo de se realizar em outros campos era um tanto anormal e não saudável. Ela sugeriu que eram antes as atitudes sociais do que os fatores biológicos que impediam as mulheres de se tornar membros plenamente contribuintes da sociedade (Benjamin, 1975; Shields, 1975). Assim, o trabalho de Hollingworth, que apresentou essas idéias no período entre 1913 e os anos 30, deve por força ser reconhecido como precursor do pensamento contemporâneo sobre a psicologia das mulheres.
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