Canela ajuda a prevenir avanço de mal de Parkinson, segundo pesquisadores

Um estudo do Centro Médico da Universidade Rush, em Chicago, nos Estados Unidos, indica que o consumo de canela pode retardar o avanço do mal de Parkinson. A pesquisa foi publicada no Journal of Neuroimmune Pharmacology.

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O grupo de pesquisadores liderado pelos professores de Neurologia Kalipada Pahan e Floyd A. Davis conduziu o estudo em ratos afetados pelo mal de Parkinson e descobriu que a canela foi capaz de retardar as mudanças celulares, bioquímicas e anatômicas no cérebro das cobaias.

Dois tipos de canela são usados com mais frequência nos Estados Unidos. O primeiro é a canela chinesa (cinnamon cassia) e o outro é a canela do Sião (cinnamonum verrum). Ambos são metabolizados pelo fígado para se transformar em benzoato de sódio, uma droga usada para tratar deficiências no metabolismo hepático.

Depois que a canela é metabolizada pelo organismo, o benzoato de sódio vai para o cérebro, onde ajuda a prevenir a perda de proteína DJ-1.

O benzoato de sódio não apenas ajudou a prevenir a perda de DJ-1 no cérebro dos ratos, como também “protegeu os neurônios, normalizando os níveis de neurotransmissão, e melhorou as funções motoras”, de acordo com os pesquisadores. O cérebro de pacientes que sofrem de mal de Parkinson normalmente carece de Parkin e DJ-1 –e, segundo os médicos, evitar essa perda seria o caminho para retardar a progressão da doença.

A doença neurológica que provoca tremores no corpo e afeta a mobilidade atinge aproximadamente 10 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo dados de agências e entidades de apoio, uma em cada 500 pessoas sofre ou vai desenvolver sintomas do mal de Parkinson em sua existência.

A equipe da Universidade Rush descobriu que os ratos se beneficiaram da ingestão da especiaria. “A canela tem sido usada em grande escala como especiaria há muitos séculos”, afirmou o especialista Kalipada Pahan. “Esta poderia ser uma das abordagens mais seguras para impedir a progressão do mal de Parkinson em pacientes”.

O médico disse que agora é uma questão de traduzir essa descoberta em um remédio que possa ser usado por quem sofre da doença. O caminho, porém, ainda é longo, já que serão precisos testes com pacientes. “Se os resultados se confirmarem nesses testes, seria um avanço considerável no tratamento dessa doença devastadora”, disse.