A China voltou, nesta semana, a apertar o cerco contra algumas das soluções de VPN mais populares do país. Usadas por parte da população para acessar serviços bloqueados pelo governo (como Facebook e Google), as redes privadas virtuais da StrongVPN, da TunnelBear e da Astrill tiveram o funcionamento comprometido após uma atualização na “Grande Firewall”, como é chamada a infraestrutura de internet do país.
A informação vem do site de notícias locais People Daily, que ouviu de uma fonte que o update na estrutura de web chinesa estava relacionado à soberania nacional no ciberespaço.
No blog oficial, um porta-voz da StrongVPN confirmou que a empresa está sofrendo problemas de conexão no país, mas não especificou quais. Ao TechCrunch, por sua vez, um representante da TunnelBear disse que a empresa está investigando casos de clientes chineses que tiveram dificuldades para se conectar nas últimas semanas.
Já a Astrill “afirmou em um comunicado emitido na quarta-feira que, a partir deste ano, protocolos de VPS usados em aparelhos com iOS, incluindo IPSec, L2TP/IPSec e PPTP, não estão acessíveis na China”. Um cliente da empresa também compartilhou, no Twitter, uma notificação enviada pela marca, que acusa o país de aumentar a censura e a hostilidade contra serviços do gênero – mesmo que sejam usados por empresas.
Pelo menos no caso da Astrill, o bloqueio a VPNs afetou mais os dispositivos móveis da Apple. Um funcionário da companhia ouvido pelo People Daily afirmou que outros dispositivos, “como MacBooks”, funcionavam normalmente por usar protocolos diferentes.
Por fim, ouvidas também pelo TechCrunch, representantes da ExpressVPN e da GoldenFrog, que também concorrem no mercado de redes privadas, afirmaram que seus serviços não apresentaram problemas na China nas últimas semanas. O presidente da GoldenFrog, no entanto, notou em um comunicado que os “ataques” às VPNs ficaram mais sofisticados.
Na visão de um especialista em cibersegurança ouvido pelo People Daily, o ato de bloquear os serviços do gênero “está intimamente relacionado à habilidade de governança da rede de um país”. “As autoridades aparentemente não podem ignorar esses serviços, já que eles podem afetar a soberania de nosso ciberespaço”, disse Qin Na, do Instituto para Inovação e Desenvolvimento Estratégico da China. “Um atalho precisa ser bloqueado, já que poderia ser usado com segundas intenções – mas isso também afeta outros que o usam de forma correta.”
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