Um time de pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu que é possível criar memórias ao manipular certas áreas do cérebro de camundongos.
Os pesquisadores descobriram ser possível inserir memórias nos cérebros dos animais ao alterar células do córtex cerebral dos roedores. A descoberta é destaque na mais recente edição do periódico científico Neuroscience.
Essa é a primeira evidência documentada de que memórias podem ser criadas por meio da manipulação direta dessa área do cérebro.
Para chegar à descoberta, os pesquisadores reproduziram um som específico que estimulava nos camundongos uma parte do cérebro chamada núcleo basal, produzindo acetilcolina, substância química ligada à formação de memórias. O procedimento aumentou o número de células do cérebro dos animais que respondiam a esse som específico.
No dia seguinte a esse experimento, os pesquisadores reproduziram diversos outros sons aos camundongos e perceberam, ao analisar a reação dos animais, que eles tinham a respiração alterada ao ouvir o som que havia sido tocado durante o experimento.
Isso os mostrou que memórias ligadas ao som haviam sido criadas por meio do estímulo à produção de acetilconina. As memórias criadas têm as mesmas características das memórias já existentes, incluindo a retenção de longo termo.
“Problemas relacionados ao aprendizado e à memorização afetam muitas pessoas e já que encontramos não só a forma como o cérebro constrói memórias mas também o que fazer para criá-las esperamos poder agora prevenir e solucionar esse mal”, disse na divulgação do estudo o professor de neurobiologia Norman Weinberger, que liderou a pesquisa.
Weinberger vem estudando a formação de memórias há anos —anteriormente, o pesquisador participou de estudo que revelou que a intensidade da memória é controlada pelo número de células presentes na área do cérebro dedicada ao processamento sons.
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