O Primeiro Historiador de Nossa Farmácia

Em 1948, escreveu Carvalho para um congresso farmacêutico internacional:

“Deixamos que os médicos se considerassem os pioneiros dos congressos científicos no Brasil e ainda estamos escrevendo, que a outros cabe a primazia dos trabalhos sobre História da Farmácia nos países ibero-americanos. Entretanto, em 30 de junho de 1837 o Boticário Aprovado Ezequiel Correia dos Santos lia na Academia Imperial de Medicina um trabalho denominado ‘Discurso Histórico sobre a Farmácia no Brasil’”.

Constitui um pequeno folheto, impresso em 1837 na Tipografia Imperial de F. P. Brito, estabelecida na Praça da Constituição n.º 66, no Rio de Janeiro. Coriolano leu o folheto várias vezes, embora Carvalho não o considerasse uma fonte de erudição para suas pesquisas sobre as origens da Farmácia Portuguesa. Entretanto, pensava caber a Ezequiel Correia dos Santos a primazia de tais estudos no Continente Americano.

Leu Carvalho, em autores chilenos, que D. Angel Vasquez, em 1863, fez um esboço histórico da farmácia, mas, ignorava o seu conteúdo. Leu, também, que estudioso confrade peruano publicou um trabalho sobre a evolução da farmácia. Apesar de tanto procurar esse interessante estudo, nunca pode obter e nem mesmo um resumo das idéias do autor.

Em dezembro do corrente ano, em Lima, o assunto voltará a debate e teria de esclarecer a quem pertencia a glória do primeiro estudo histórico sobre Farmácia no Continente Americano e para que o Brasil não ficasse sem defesas, sugeriu Carvalho ao digníssimo professor doutor Ivolino de Vasconcellos, que mandasse colocar em apenso a Tese de Carvalho, o trabalho de Ezequiel Correia dos Santos, com um clichê do folheto existente na Biblioteca Nacional, afim de merecer fé no debate internacional.

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