Uma opinião sobre a Maçonaria

Responder até Mario Santos em 5 janeiro 2012 at 12:03

De fato, a democracia moderna é filha do século das revoluções. O modelo ideológico fundado pelos iluministas foi muito bem encaixado às visões contrárias aos regimes opressivos à classe ascendente, o que permitiu uma escorreita adequação (em sentido pragmático) ao instituto político grego.

A maçonaria, por sua vez, desconsiderando-se todos os mitos que a contornam quanto a seu advento, soube muito bem mesclar duas vertentes importantes da história humana: o misticismo (suas lendas, estórias e alegorias que causam o torpor da reverência ao desconhecido absoluto) e o apelo à ciência (com os métodos avançados de conhecimento, filosofia, a crença na razão, etc.). Neste ínterim, a maçonaria aliou à suas bases de formação os ideais defendidos pelos iluministas, bem como os ritos e cerimoniais presentes na vida religiosa do homem desde mesmo a primitividade. Isto tudo encanta. Eis o poder atrativo da maçonaria. Eis as razões elementares, é bom que se diga, de seu ápice no dito “século das luzes”. O maçom era aquele que não estava mais sob o domínio exclusivo da “Rainha da Noite” (Mozart que o diga!).

Assim, ser maçom não era tão-somente pertencer a uma irmandade secreta com influências políticas. Ser maçom seria mais do que tudo estar na moda. Bem encaminhado nas raias do mundo intelectual de então. Desse modo, não podendo ser diferente, não podemos reputar por acertada a afirmação de que “o Brasil é uma invenção da maçonaria”. Assim como os usos europeus, moda da época, “pegaram” no Brasil, a maçonaria, moda da época, também “pegou”. Sim, nossos maiores líderes foram maçons, sim, nossos princípios constitucionais, por isso maiores, estão pautados nos princípios ensinados sob a “luz da maçonaria”, no entanto, é forçoso lembrar: esses princípios foram erigidos por uma burguesia ascendente que desejava mais do que tudo o poder político e a liberação econômica, e eram esses escopos que definiam os significados das palavras “liberdade”, “igualdade” e “fraternidade”.

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