Já não é de hoje que se acredita que uma relação conjugal está mais protegida com a presença de filhos, em vez de filhas, isto é, ter meninas, segundo alguns estudos de Economia e Sociologia, poderia ser um fator de risco para o término de muitos relacionamentos instáveis.
Tal opinião se baseou na premissa de que o pai sempre exibe uma preferência natural ao menino, ou seja, no caso de ter filhas, em vez de filhos, tornaria uma relação mais vulnerável às dissoluções nas situações de crise.
Alguns estudos anteriores demonstraram que casais que possuem meninos estão, de fato, mais propensos a permanecer em um casamento conturbado, se comparado àqueles que possuem meninas.
Mas, olhando para além dos aspectos econômicos e sociológicos já apontados, o que levaria um casal com filhas, efetivamente, estar mais sujeito a uma separação?…
Numa nova investigação realizada na Universidade de Duke (e publicada na versão online do periódico Demography) foi apontada uma possível razão: segundo os pesquisadores, as meninas são biologicamente mais resistentes do que os meninos e podem ser mais capazes de superar as situações de estresse.
A evidência epidemiológica sugere que a “vantagem” de sobrevivência feminina já começaria, inclusive, no útero. Com embriões mais vigorosos, as meninas são mais capazes de suportar as pressões da gravidez, incluindo tensões causadas pelos conflitos de um relacionamento.
Parte da explicação se daria, portanto, pela robustez dos embriões femininos.
Tanto é procedente tal afirmativa, que durante todo o curso de uma vida, as meninas (e as mulheres) são geralmente mais resistentes do que os rapazes (e os homens), o que faz com que estatísticas mostrem, por exemplo, que os meninos e os homens morram em proporções maiores do que as meninas e mulheres, por exemplo.
Outro ponto levou os pesquisadores para além das questões relacionadas ao divórcio, veja só que interessante: tomando por base uma análise de dados de uma amostra nacional de residentes dos EUA, em um período que compreendeu 31 anos (de 1979 a 2010), descobriu-se que o nível de conflito de relacionamento em determinado momento da vida de um casal também pôde prever o sexo das crianças nascidas em momentos posteriores.
Assim, as mulheres que relataram níveis mais elevados de desavenças conjugais eram as mais prováveis nos anos seguintes a dar a luz a meninas, em vez de meninos.
Portanto, a maior separação de casais com meninas se deve, efetivamente, a um forte componente biológico, onde possivelmente os pais insatisfeitos “intuam” a respeito do maior preparo biológico das filhas às situações de tensão, fazendo então com que se tornem mais inclinados a se separar nos momentos de adversidade familiar, se comparada à situação na qual teriam meninos.
Curiosos esses achados, não?… Não aprendemos uma vida inteira que a mulher seria, na verdade, o sexo frágil?… Parece que não.
Enfim, é a ciência explicando muito de nossos comportamentos.