Quem sabe um pouco de tudo, especificamente não sabe nada e vive enfiando os pés pelas mãos, entrando em bola dividida.O presidente é mestre nisso, talvez pensando que a tendência de quem não tenha conhecimento é ficar por baixo, demonstrar fraqueza e ser diminuído, o que não é absolutamente aceito por quem tem um mórbido complexo de inferioridade. Assim, toda vez que deva pronunciar-se sobre qualquer assunto, o presidente extrapola e o que vemos é um desfile de contra-sensos e “batatadas”.
Com uma assessoria incapaz de evitar tais vexames, o presidente vai acumulando “saias-justas” desnecessárias o que, no entanto, lhe dá popularidade inusitada, que deve ser creditada em parte ao baixo nível educacional do povo que encontra pontos de identidade em tais atitudes até grotescas.
Querendo ser popular (ou populista?), as duas intervenções mais conhecidas do presidente em matéria de seleção brasileira beiraram o ridículo e macularam a aura de autoridade que deve ter a figura mais importante da hierarquia de poder no país.
É conhecida a pouca importância que o partido no poder dá a esse tipo de coisa, que no entanto é essencial para permitir um mínimo de organização política, pois afinal até escoteiros e parada gay tem um chefe cujas ordens devem ser seguidas e respeitadas.
Como se diz: respeito é bom e é de graça. Mas como tal não se impôs desde o início de um mandato, cuja maior tônica foi o gasto excessivo em propaganda, para criar expectativas que nem sempre casam com a realidade, o sr. Inácio admitiu manifestações como a de Ronaldo, o fenômeno na força da mídia, em 2.006 e recentemente de Julio César, arqueiro da seleção amarelinha.
Em ambos os casos a oposição e quem mais não goste do sr. Inácio deve ter deitado e rolado. Estamos até ouvindo: “bem feito, quem mandou meter o bedelho onde não era chamado”.
O Ronaldo I, só não chamou o presidente de cachaceiro, mas o disse com outras palavras. Já Julio César aconselhou o presidente a tomar uma medida institucional, qual seja renunciar e mudar-se para Argentina, terra do presidencialmente louvado Lionel Messi.
(Para contrariar o “sapo”, como se diz nas mesas de baralho, a seleção amarela de futebol derrotou o Chile por 3X0 e os hermanos porteños empataram com paraguaios em plena Buenos Aires)
Se o goleiro Julio César não é nenhum expert em matéria institucional, para aconselhar o presidente a mudar de país, este também não é em matéria de futebol e mesmo que fosse, deveria abster-se de fazer comentários, pois teria evitado pagar o mico que pagou.
Mas, o sr. Inácio é incorrigível e não está nem aí. Em seguida, no dia da Independência, aproveitando a deixa do pré-sal, que não tem data e hora certa para começar a produzir petróleo, para anunciar que as riquezas que serão geradas deverão ser utilizadas para resgatar a divida do Estado para com a educação.
Erra a mão o presidente, pois o dinheiro do petróleo está tão longe e é tão incerto, que seria ele mais sincero e objetivo, prometendo resgatar a divida pública, que consome anualmente mais de cem bilhões de reais, quantia mais do que suficiente para formar experts e afastar os palpiteiros e os “corneteiros” (como se diz na gíria esportiva) tanto do futebol quanto da política do país.
Luiz Bosco Sardinha Machado
colunadosardinha@gmail.com
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