“E é por isso que lhe digo – e
com razão – que mais vale
ser mendigo que ladrão…”
Carlinhos Lyra
Por: Waldo Luís Viana*
Eis que após todo o sofrimento que viveu o Senado, em quase 180 anos de história, não é que Deus está proporcionando, neste recesso, a possibilidade de ressuscitar seu presidente?
O homem, degradado pelo esterco mais comezinho da corrupção, sem nada mais ter a fazer do que voltar à literatura, ganha vísceras de força e agora é o arcanjo de Lula, espadachim da manutenção do regime.
Esta contradição é atributo de Deus, porque contém o gérmen da destruição de nossa democracia, sustentada pela mais vil e cruel corrupção. O país se sustenta por duas leis não escritas, consuetudinárias, vale dizer: a lei “Tenório Cavalcanti” e a lei “Agenor Maria”. A primeira, no-lo diz: “só existem dois grupos em verdadeira luta no Brasil, os que estão roubando e os que querem roubar”. E a outra, singela, enseja: “os políticos roubam para se eleger e se elegem para roubar”.
Queiram me desculpar, o resto é conversa fiada de juiz e desembargador. Aliás, enquanto eles puderem receber seus salários na boca do caixa, estará salva esta República da Ordem e do Progresso…
Senhoras e senhores, a República do Curupu está constituída, porque o vice-presidente da República não aguenta mais a luta frenética contra o câncer. O câncer é metafísico! Constrói contradições políticas. Lula é ladino e inteligente e encasquestou que tinha que eleger uma sucessora de algibeira, só não contava que ela teria câncer, também…
Será que o Lula é radioativo ou o “Le État se moi” – funciona até aqui em trincheiras nacionais?
Ninguém poderá suceder o homem que percebeu que nossa democracia é “um homem igual a um voto” e haja bolsa-família… Como só tem pobre “nezte paize”, é eleição eterna para o PT e para quem ele indicar…
Mas como disse o nobre profeta Juca Chaves, há uma peninha: Lula precisa como nunca do defunto de Curupu, que o garantirá nas andanças pelo mundo e permitirá ser credenciado, como quaseglota, à presidência do Banco Mundial, após os sofrimentos de duas presidências em que nos transformou naturalmente em gloriosa nação.
O vice – e digo isso com a mais profunda tristeza porque minha mãezinha morreu de câncer – já era, nada mais a fazer no caso dele e ele só está resistindo porque é muito rico e pode pagar o tratamento. Se fosse um brasileiro comum, como não é o caso do “redefunto de Curupu”, já teria ido para as alças divinas…
Amigos, queridos, nessa nação, governada pelas duas leis acima nomeadas e que resumem nossa douta constituição – o redefunto de Curupu, dono do país, fez do grande presidente e guia que nos governa um refém e ele, o redefunto, é quem vai dizer para nós o que fazer da nação, com a anuência daquele senador de Alagoas que comeu certa senhora dentro do ambiente do Senado e amarga, com sofrimento, prodigiosa pensão.
Pobre país…
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Waldo Luís Viana é escritor, econmista, poeta e tem tenta coragem quanto mulher de militar.
Teresópolis, 25 de julho de 2009.