Vejam a sujeira que nossos políticos estão armando. Não satisfeitos com toda a lama que já espalharam sobre a nação brasileira, deputados e senadores querem agora obrigar o eleitor a votar em quem eles escolherem, e não em quem o eleitor quiser. Só no Brasil para acontecer esse tipo de coisa. Se isso aqui fosse uma Coréia do Sul ou um Japão, o povo já teria tirado-os à tapas do poder. A sorte dos nossos políticos é que o brasileiro não tem vergonha na cara e vende o voto por uma dentadura ou por uma esmola qualquer.O Legislativo tentará, nesta semana, mudar de assunto.
Deseja arrancar das manchetes as transgressões éticas.
Em troca, vai oferecer o debate sobre reforma política.
Na mesa, proposta formulada por uma comissão de deputados.
Coordenou-a o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS).
Pretende-se reservar a sessão de quarta (6) para esmiuçar o projeto.
Diz-se que há muito por reformar no sistema eleitoral brasileiro.
Mas o grupo sugere que os colegas se concentrem num par de temas:
1. Voto em lista;
2. Financiamento público das campanhas.
A prevalecer o item 1, o eleitor deixará de optar pelo candidato de sua preferência.
No encontro com as urnas, passará a votar apenas nas legendas.
Somados os votos, elegem-se os candidatos escolhidos previamente pelos partidos.
Quanto mais votos obtiver uma agremiação, maior o número de eleitos de sua lista.
Quem elabora a relação de candidatos? As cúpulas partidárias.
Vingando o item 2, o custeio das campanhas passaria a ser bancado pela Viúva.
Os partidos ficarão proibidos de correr o chapéu defronte de guichês privados.
Deseja-se, em suma, o seguinte:
Que o eleitor pague por um pleito no qual lhe será negado o gostinho de optar por este ou por aquele candidato.
A isso se resumiu a reforma política urdida nos subterrâneos do Congresso.
O par de idéias tem o apoio dos partidos que importam: PMDB, PT, PSDB e DEM.
Se levadas a voto, não são negligenciáveis as chances de que passem.
“Precisamos aprovar até o final de setembro”, diz Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM.
Explica-se: para que possam vigorar em 2010, as novas regras precisam vir à luz um ano antes da eleição.
Na dúvida, a Justiça Eleitoral esboça regras mais rígidas para o manuseio de verbas em 2010.
Escrito por Josias de Souza às 04h47
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