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A CPI da Pedofilia do Senado vai acompanhar os casos relatados em Catanduva, a 385 km de São Paulo, onde uma suposta rede de criminosos teria abusado de pelo menos 47 crianças de 5 a 10 anos de idade. Segundo a juíza Sueli Juarez Alonso, da Vara da Infância e da Juventude de Catanduva, integrantes da comissão devem chegar na cidade entre os dias 2 e 3 de março para ouvir testemunhas do caso.
“O senador Magno Malta (PR-ES) me telefonou informando que a comissão técnica da CPI vai acompanhar o caso”, declarou a juíza. A decisão foi tomada pelo próprio Malta, após receber as denúncias sobre o caso de uma organização não-governamental (ONG) de Catanduva. Ontem, Malta disse que os acusados serão chamados a depor sobre o caso, possivelmente no Congresso.
A comissão da CPI que fará os trabalhos em Catanduva será comandada pelo promotor Carlos José Fortes, de Minas Gerais. A CPI deverá receber hoje as cópias dos dois inquéritos e do processo sobre o assunto que tramitam na Justiça e na Polícia Civil de Catanduva. Os documentos servirão para a CPI a acompanhar as investigações.
A situação em Catanduva é “estarrecedora”, na opinião da juíza. Ela contou que as famílias e crianças que foram vítimas de pedófilos são ameaçadas. Além disso, vítimas relataram que usaram drogas quando levadas para serem filmadas e molestadas em uma mansão da cidade.
Por conta da fragilidade psicológica, a Justiça decidiu que 23 crianças que foram arroladas no primeiro inquérito sobre o caso, vão passar por tratamento com psicólogos e assistentes sociais, assim como os pais e responsáveis. O objetivo, segundo a juíza, é amenizar os impactos psicológicos pelos quais as famílias passam.
Um inquérito apura a existência de uma rede de pedofilia, por meio da qual crianças pobres nos bairros Vila Alpino e Cidade Jardim seriam levadas a uma mansão para ser fotografadas, filmadas e molestadas. As imagens seriam distribuídas pela internet.
Na noite de ontem, a Polícia Civil lacrou uma lan house próxima aos dois bairros, onde adolescentes viam filmes pornôs e imagens de outras crianças nuas. Mais de 5 mil CDs foram apreendidos e passarão pela perícia.