Documentário sobre lambada conta história do gênero e paradeiro de integrantes do Kaoma

“Depois de muitos anos, descobri nos videoclipes da época que o imaginário visual que tornou a lambada uma febre havia sido criado por um cineasta francês, que passava férias nessa cidade perdida ao sul da Bahia”, contou em entrevista ao Virgula, em São Paulo. Segundo ele, Olivier Lorsac ficou deslumbrado com um casal de crianças que, tarde da noite, na década de 1980, dançava na praia. Olivier viu ali um possível hit para o verão europeu e montou a banda ao lado do francês Jean Karacos e do diretor musical Jean-Claude Bonaventure.

A vocalista Loalwa, hoje em carreira solo, foi encontrada em audições na França. Já o corpo de baile foi, primeiramente, recrutado em São Paulo. Não deu certo. Olivier queria que a dança tivesse sensualidade genuína, e portanto, voltou a Porto Seguro, onde encontrou Marilei da Silva e os irmãos Brás e Didi dos Santos, que dão seus depoimentos no filme.

No curta-metragem, rodado de forma independente com apoio de amigos e familiares, os integrantes do Kaoma falam do sucesso mundial – eles se apresentaram em mais de 110 países e venderam 30 milhões de discos, transformando a vocalista Loalwa em uma das 20 vozes mais ouvidas do mundo. A bem-sucedida estratégia de marketing dos franceses para promover – e lucrar – com o imaginário de um lifestyle tropical também é citada pelos ex-integrantes, muitas vezes com certo ressentimento.

Outra questão abordada é a origem de Chorando se Foi, uma versão não autorizada da dupla boliviana Los Kjarkas. Após um processo por plágio, os autores foram indenizados e receberam direitos autorais.

Após o lançamento em Porto Seguro, previsto para o fim de 2013, o plano é disponibilizar o documentário na íntegra na internet. “Acho importante fazer esse resgate neste momento, precisamos nos reapropriar desse fenômeno cultural e dar o devido valor a esses personagens”, conclui Yuri.

http://virgula.uol.com.br/diversao/cinema/documentario-sobre-lambada-conta-historia-do-genero-e-paradeiro-de-integrantes-do-kaoma

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