O presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Alexandre Gustavo Bley, renunciou ao cargo um dia após a recomendação do Conselho Federal de Medicina para que os CRMs concedam o registro para os médicos estrangeiros do programa Mais Médicos.
Bley deixou o cargo, segundo o órgão, em protesto contra a forma impositiva com que o governo federal pressiona e intimida os CRMs a fazer as inscrições, confrontando leis vigentes e preceitos éticos da Medicina.
A carta de renúncia do presidente do CRM foi lida pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) na sessão plenária desta quarta-feira (25). “Confesso que prefiro a vergonha da renúncia a ter que conviver com a vergonha de ter traído a minha consciência, pois quando um indivíduo abre mão de suas convicções, perde sua identidade e o significado de sua existência”, disse Bley em sua carta de renúncia, lida na íntegra pelo senador Alvaro Dias na sessão plenária desta quarta-feira.
No mês passado, Bley esteve no Senado e, junto com o senador Alvaro Dias, entregou ao presidente Renan Calheiros um abaixo-assinado com 42 mil assinaturas contra a MP dos Médicos.
No Plenário, Alvaro Dias destacou que o exemplo de conduta do Dr. Bley deve ser apresentado como exemplo a todos os brasileiros. “Esta capacidade de indignação, exteriorizada em ato de renúncia, é que nos anima a continuar defendendo os postulados da ética, em um momento no qual as instituições públicas estão desacreditadas.
Há que se destacar a conduta ímpar deste médico que renuncia à sua função no CRM para não renunciar a princípios fundamentais basilares.
O Dr. Alexandre não é um oposicionista, é um médico. Ele não exerce atividade político-partidária, exerce a medicina, e demonstra seu desencanto diante de um governo que não tem compromisso com a ética, que é conivente com a corrupção, leniente com desmandos e falcatruas, e que jamais é intransigente com o desperdício de dinheiro público.
Jamais se imaginaria que um governo do PT pudesse desrespeitar a ética justo no campo da saúde do povo, que deveria ser a suprema lei”, afirmou o senador paranaense.
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