Dismenorréia é a menstruação difícil, geralmente acompanhada de dor. Esta definição inclui o conjunto de sintomas responsáveis por manifestações de desconforto, que ocorrem dias antes da menstruação, caracterizando a tensão pré-menstrual.
Sabe-se que a menstruação dolorosa acompanha os ciclos ovulatórios, sendo a dismenorréia denominada doença ovulatória. Assim, a dismenorréia, quase sempre se manifesta tardiamente, na adolescência, isto é, após os trinta primeiros ciclos que, normalmente, são anovulatórios. A tensão pré-menstrual não é comum na adolescência; a mastodínia ocorre somente em alguns casos.
Etiopatogenia
As causas orgânicas da dismenorréia, na mulher adulta, são raras na adolescência. Seriam achados excepcionais na adolescência, o mioma de útero, as varizes pélvicas, a endometriose e outras ginecopatias causadoras de dismenorréia. Algumas causas obstrutivas podem, no entanto, estar presentes, retendo o sangue menstrual. Hímen imperfurado, septos vaginais transversos e atresia do canal cervical ocasionam criptomenorréia e a cada menstruação oculta, a paciente refere dor em cólicas. Algumas teorias tem sido adotadas para explicar a dismenorréia funcional, que é a forma mais comum na adolescência.
Espasmo vascular – haveria deficiente circulação sanguínea, determinando a dor construtiva. O espasmo vascular pode estar relacionado com a ação da noradrenalina que, liderada pelos neurônios curtos do sistema nervoso autônomo, limitaria a ação dos estrogênios sobre útero.
Espasmo muscular – a contratibilidade incoordenada do miométrio durante a menstruação, seria responsável pela resposta dolorosa. Sabe-se que o útero se contrai mais energicamente no primeiro dia da menstruação, quando as cólicas uterinas são, em geral, mais intensas. Atualmente há tendência para atribuírem-se as prostaglandinas secretadas pelo endométrio, certa responsabilidade pela dismenorréia. Acresce o fato de que, na adolescência, o útero é freqüentemente hipoplásico. Esta condição seria o substrato anatômico da contratibilidade alterada.
Fator hormonal – é freqüente o achado clínico de dismenorréia acompanhada de alterações do ritmo menstrual, em pacientes com útero hipoplásico. O desequilíbrio na secreção dos esteróides sexuais (estrogênio e progesterona) talvez tenha reflexos na contratibilidade uterina, causando a dismenorréia.
Fator psíquico – a labilidade emocional, comum na adolescência, parece baixar o limiar de percepção da dor, tornando as pacientes mais sensíveis ao estímulo doloroso.
Propedêutica
A avaliação do psiquismo pode ser feita, nos seus aspectos fundamentais, durante a anamnese. O exame físico geral e o exame ginecológico permitem determinar eventual causa orgânica da dismenorréia. Colpocitologia hormonal deverá ser utilizada para avaliação do nível dos esteróides sexuais. O eletroencefalograma fornece informações sobre eventual concomitância de disritmia cerebral e dismenorréia.
Tratamento
O tratamento da dismenorréia deve ser encarado sob dois aspectos: medidas a serem tomadas durante a crise de dor e outras, em seqüência, visando a impedir o retorno da sintomatologia.
Durante a crise dolorosa, a terapêutica se resume em administrar medicamentos antiespasmódicos e sedativos. Recomenda-se repouso, reclamada pelo próprio estado da paciente. Bolsa de água quente sobre o hipogástrio alivia a dor, pois determina aumento da vascularização pélvica. Em casos de excitabilidade nervosa acentuada, é necessária a administração de benzodiazepínicos.
Passada a crise, programa-se tratamento subseqüente para evitar o reaparecimento do fenômeno doloroso.
A terapêutica da mastodínia será apreciada no tópico referente à patologia mamária. O tratamento cirúrgico da dismenorréia, em termos da neurectomia pré-sacra, parece fora de cogitação durante a adolescência. É recurso extremo para tratamento da menstruação dolorosa a ser aplicado quando se esgotarem as medidas de ordem clínica, não cabendo em período no qual se completa o desenvolvimento do aparelho genital.
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Boa tarde Doutor,
Estou com uma dúvida recente, á alguns meses estou sentindo cólicas sem ao menos estar mestruada, essas cólicas não são frenquentes as vezes 1 por semana as vezes 1 por mês, não é sempre, o que poderia ser…
VANESSA:
Apenas com um exame físico é possível diagnosticar seu caso. Vá ao médico.