Muita gente vê da mesma forma que a ex-senadora Heloisa Helena ao penetrar mais fundo nesse assunto, claro, com a proteção necessária, e, externar em sua nota de afastamento da presidência do PSOL: “Registro que enfrentei o mais sórdido conluio entre os que vivem nos esgotos do Palácio do Planalto ostentando vulgarmente riquezas roubadas e poder e a podridão criminosa …”
Nota de agora, outubro de 2010, com destaque para expressões como, esgotos, a significar o nível mais baixo de escoamento do excremento humano e o nível mais elevado das instituições do poder do voto o Palácio do Planalto que devesse primar não só pela situação geográfica inserida na designação, mas principalmente pelo sinal de respeito a irradiar por toda a nação brasileira, farol da liberdade, da democracia, da imponência, da virtude, da fraternidade, postura, probidade, que se espera de um presidente da República; não de um cabo eleitoral, engajado em uma candidatura. Viventes, portando medalhas de riquezas roubadas e faixas de poder.
Em que meio a ex-senadora figurou essa gente, sem citar nomes?
Entre ratos, baratas e sujeira da pior espécie.
Não se pode de sã consciência alegar que a ex-integrante do PT por longos e longos anos não conhecesse o partido. Só como senadora, de 1999 até 2007, lá se vai um bom período de convivência, liderança, aprofundamento, discordância, e expulsão por pensar diferente.
Desta feita, derrotada na tentativa de retorno ao Senado e descontente com os rumos do partido que ajudou a fundar e presidir desde o surgimento, deixa claro o motivo maior da sua decisão, como se pode concluir: “Assim sendo, em respeito à nossa Militância e aos muitos Dirigentes que tanto admiro e por total falta de identidade com as posições assumidas nos últimos meses pela maioria das Instâncias Nacionais (culminando com o apoio à Candidatura de Dilma!)…”
Concordando ou não com o programa do PSOL, esgoto não é fonte de inspiração e não é meio por onde devem fluir exemplos piores do que o “mar de lama” que assolou o país em tempos passados, criando nódoas, máculas na República e em outros palácios.
Assim, como no passado, fertilizaram palavras agressivas, insidiosas, incitantes, a transformar seguidores políticos em capangas e assassinos frios da oposição pacífica, mas veemente, hoje estimulam no discurso do tipo, “vão apanhar nas ruas e nas urnas”.
Será que não basta a intranquilidade gerada pelos assaltos, arrastão terrorista, tráfico entorpecente, apagão administrativo; a sociedade vai assistir impassível ao espetáculo do “apagar” opositores e a democracia.
No mínimo há que se tentar barrar a continuidade desse esgoto indesejável, como alerta a ex-senadora.
O voto é a opção/aceitação/concordância de deixar a torneira aberta e o esgoto continuar poluindo mentes, a serviço do mau exemplo altamente pernicioso às futuras gerações. Ou repudiar, fechando a torneira do canal fétido e abrir uma outra que se almeja de água límpida.
Por: Ernesto Caruso, 22/10/2010
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