O juramento dos Farmacêuticos da Idade Média

Com a separação das duas profissões, os boticários investidos legalmente pelo édito régio de Sua Alteza o Rei Frederico II passaram, devido às pressões e sanções impostas pelos clérigos da época, a discriminar e marginalizar os alquimistas, tanto que até criaram um juramento, certamente ditado pelos médicos da época e que tinha o seguinte conteúdo:

“Juro e prometo viver na fé cristã.

Amar e honrar meus pais.

Juro não falar mal de nenhum de meus antigos professores, mestres e nem dos outros farmacêuticos.

Juro tudo fazer para maior honra e glória da medicina.

Juro não ensinar aos idiotas e aos ingratos os segredos dos remédios.

Juro não fazer nada temerariamente, sem conselho do médico, só pela avidez do lucro.

Juro não ministrar nenhum medicamento nem purgante a qualquer doente sem que este tenha antes consultado um médico.

Juro não tocar nas partes proibidas da mulher, salvo em causa de absoluta necessidade de aplicar ali algum remédio.

Juro não dar veneno a ninguém e nem aconselhar a quem que seja beber veneno, nem que seja o meu pior inimigo.

Juro não dar nunca qualquer porção abortiva.

Juro não favorecer nunca o abortamento, por qualquer meio, salvo com ordem do médico.

Juro aviar escrupulosamente as receitas dos médicos, sem nada acrescentar, nem tirar, nem modificar, nem colocar nenhum substitutivo ou sucedâneo sem conselho de pessoas mais sábias do que eu.

Juro fugir, como da peste, dos charlatões e alquimistas que agem de maneira escandalosa e perniciosa, infelizmente tolerada pelos magistrados.

Juro atender e ajudar a todos.

Juro não conservar nenhuma droga velha e estragada em minha botica” (farmácia).

Desnecessário dizer que este juramento foi imposto aos boticários daqueles tempos devido ao medo que os sacerdotes e clérigos sentiam dos alquimistas e ainda, sabe-se que os médicos se aliaram aos cardeais e bispos da época com o intuito de, combatendo os alquimistas, conseguirem com que a igreja da idade da fé demais submetesse, por decreto Papal que era a Lei de Deus, os boticários e tolhesse-lhes o direito de estudar, de pesquisar e, absurdamente, o direito de pensar, pois os médicos daquelas épocas eram desprovidos de conhecimentos preciosos de biologia e química, estes privativos e guardados à sete chaves pelos alquimistas, fazendo com que o médico errasse muito e cometesse verdadeiras atrocidades naquelas épocas, bastando apenas, para ilustrar essa assertiva, lembrar o suplício do pobre e infeliz Príncipe Orsini, descrito mais a frente neste estudo.

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