Patch para o kernel Linux resolve problema da patente do FAT

A Microsoft e suas patentes: ela tem uma ação judicial contra a TomTom, fabricante de dispositivos GPS, devido o uso do sistema de arquivos FAT sem pagar licença. Isso causou comentários negativos na comunidade open source, especialmente sobre o suporte à partições formatadas em FAT em praticamente toda distro, por meio do kernel Linux. Mesmo que a pessoa use Ext2/3/4, ReiserFS, ou qualquer outro no HD, não é incomum se deparar com o antigo FAT ao usar um pen drive ou cartão de memória, mp3 player, etc. Segundo a MS não há problema com os usuários domésticos, mas a preocupação fez o pessoal se mexer.

Os tradicionais FAT12 e FAT16 são padrões ECMA e ISO, mas não são úteis hoje em dia, pois os padrões cobrem apenas os nomes de arquivos de até 11 caracteres, no formato 8.3 (oito para o nome e 3 para a extensão). Formato conhecido de longa data por usuários do MS-DOS.

A Microsoft implementou modificações que permitem ao FAT suportar nomes de arquivos maiores, porém patenteou suas mudanças. Aí entra a briga, de cada dispositivo vendido com suporte a FAT com nomes longos um certo valor deve ser repassado a MS.

Andrew Tridgell, um dos desenvolvedores por trás do SAMBA, fez um patch para o kernel Linux que permite continuar usando os nomes longos sem violar a patente da MS. Coisa boba, mas funcional.

As patentes do VFAT, da Microsoft, envolvem a criação de nomes curtos (8.3) e longos ao mesmo tempo. Se o sistema suportar, usa o nome longo, caso contrário usa o nome curto. Isso não tem sentido hoje em dia nos desktops, pois é encrenca perceptível mais no Windows 95, 98, MS-DOS, etc. Porém não deixa de ser um “problema” para fabricantes de alguns dispositivos, estes são o foco da MS em querer cobrar em dinheiro os direitos.

O patch apresentado por Andrew Tridgell faz com que, caso o nome seja curto, seja gravado apenas como nome curto. Se o nome tiver mais do que 11 caracteres, então é gravado apenas o nome longo (o Linux não teria a limitação de ler apenas arquivos de nome 8.3), e o espaço do nome curto é preenchido com caracteres inúteis. Pronto, simples assim, e não há uma violação à patente do FAT da Microsoft.

A patente dela mantém uma compatibilidade com sistemas operacionais antigos, que não conseguem identificar nomes de arquivos com mais de 11 caracteres. Por isso um arquivo sempre tem dois nomes (no FAT da MS), um com 11 caracteres e outro maior, mais liberal. No Windows o nome curto era tratado de “Nome do MS-DOS”, algo assim.

Briga de gente grande que parece até brincadeira de criança, eis o mundo capitalista.

Referências: OS News e Ars Technica

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