[Dicas-L] Caminho absoluto e caminho relativo

Colaboração: Marcelo Akira Inuzuka

Data de Publicação: 27 de novembro de 2012

Na década de 80, a Interface de Linha de Comando (CLI) era bastante popular entre os usuários que utilizavam o Sistema Operacional MS DOS (r). Com a popularização da Interface Gráfica de Usuário (GUI) na década de 90, principalmente através do MS Windows 3.11 (r), a CLI baixou sua popularidade, mas continuou sendo largamente utilizada por profissionais ou usuários avançados de Tecnologia da Informação (TI).

Dou aula em faculdades e tenho percebido que alunos que nasceram depois da década de 90 têm muita dificuldade prática para dominar a CLI. Eles conhecem o conceito de árvores de diretórios (ou pastas), mas têm dificuldades de compreender os conceitos de caminho (path) relativo e caminho absoluto. Com o advento da Internet, essa compreensão se tornou essencial para os novos profissionais de TI (administradores de sistema, desenvolvedores web, etc). Segue a dica…

Todo caminho absoluto começa com uma ‘barra’, por exemplo: /tmp/bzImage, /home/teste/rootfs.img, esta ‘barra’ referencia o diretório raiz (/), a partir do qual, todos caminhos absolutos derivam, formando uma árvore de diretórios.

Todo caminho relativo não contém uma ‘barra’ no início. A referência é geralmente o diretório atual (pwd) do processo sendo executado. Por exemplo, se o diretório atual for o raiz (/), você pode simplesmente executar ls tmp em vez de ls /tmp.

Em caminhos relativos é possível utilizar outros atalhos como:

> til, que referenciam o diretório pessoal. Por exemplo, ls ~/Downloads lista a pasta Downloads da pasta pessoal do usuário atual.
> ponto, que significa o diretório atual. Por exemplo, ./run-app, executa o arquivo run-app que está localizado no diretório atual.
> dois-pontos, que significa o diretório pai. Por exemplo, cd .., muda para o diretório pai.

A vantagem dos caminhos relativos é poder executar comandos mais curtos. Por exemplo, é mais fácil executar o aplicativo run-app a partir do diretório atual com o comando ./run-app do que executá-lo com o comando absoluto /usr/local/bin/run-app.

A vantagem dos caminhos absolutos é poder identificar arquivos – executáveis ou não – independentemente da localização. Por exemplo, você pede para seu amigo novato em CLI enviar uma cópia do arquivo de contas de usuário do sistema operacional para você. Se você disser simplesmente que o arquivo é o passwd, pode ser que ele não consiga localizá-lo ou até envie o arquivo passwd que não é do próprio sistema operacional. Mas se você disser que é o arquivo /etc/passwd, a identificação é precisa e não causará problemas.

Marcelo Akira Inuzuka ministra aulas de Sistemas Operacionais no Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (INF/UFG). Valoriza a atuação em comunidades de Software Livre no sentido de aprender cada vez com seus pares e colaborar para uma sociedade mais justa e solidária

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