Publicado em 12 de março de 1998
A citologia dos
tumores ovarianos normalmente ocupa-se do estudo do fluido peritoneal ou
aspiração com agulha fina de massas ovarianas, e aos leitores são
recomendados textos nos quais o assunto é discutido, para maiores
detalhes. Esta sessão ilustra os casos ocasionais nos quais o exame do
esfregaço vaginal ou cervical sugere a presença provável de carcinoma
ovariano.
Fragmentos de tecido dos ovários cancerosos podem passar através da
trompa de Falópio e cavidade uterina para aparecer no esfregaço cervical
sem disseminar para o endométrio, estando presente. Os traços
característicos são o achado de fragmentos tutorais e células isoladas
em um esfregaço claro sem diátese tumoral. Os fragmentos são
freqüentemente moldados pela trompa de Falópio para ter uma aparência de
molde. Em alguns casos corpos psamomatosos estão presentes, mas estes
não são diagnosticados como podem ser vistos nos cânceres endometriais e
na reação ao DIU (ver 88 e 89).
Na mulher mais velha fragmentos tumorais podem ser acompanhados por
um efeito estrogênico inesperado, mas grupos de células parabasais, como
vistos em um esfregaço atrófico, sem vaginite, são também comuns.
Raramente é possível identificar o tipo de tumor por causa da
degeneração celular e coloração borrada.
Caso 1: Cistoadenocarcinoma do ovário
343. Fragmento papilar: esfregaço vaginal.
Este campo contém um fragmento papilar, visto como canal contra um
fundo de células parabasais e intermediárias pequenas. (x 160)
344. Fluido pleural. Esta
paciente tinha um derrame pleural e este campo de uma preparação do
fluido é mostrado para complementação. As aparências são semelhantes,
mas as células e fragmentos reuniram-se após serem suspensas no líquido.
(x 160)
345. Cistoadenocarcinoma seroso do ovário: ovário. Seguindo
à cirurgia, o único tumor achado foi somente no ovário; este corte
mostra um cistoadenocarcinoma papilar bem diferenciado. (H & E, x
160)
Caso 2: Adenocarcinoma mucoso do o vário
346. Fragmento de tumor degenerado.
Neste caso o fundo é similar, mas o fragmento de tumor mostra mais
degeneração e foi comprimido para dar-lhe uma forma moldada. (x 125)
347. Adenocarcinoma mucoso do ovário. Corte mostra um adenocarcinoma mucinoso pobremente diferenciado com necrose de tecido. (H & E, x 62)
Caso 3: Adenocarcinoma do ovário
348. Fragmento de tumor.
Este fragmento foi um achado eventual na rotina de esfregaço cervical
feito em uma mulher de 48 anos de idade. O fragmento é visto contra um
fundo de células intermediárias normais. (x 250)
349. Adenocarcinoma de ovário: ovário.
Investigação adicional não mostrou anormalidade da cérvix ou endométrio
e um tumor de ovário foi achado na laparotomia. Este campo no mesmo
aumento, como no esfregaço cervical, mostra um adenocarcinoma pobremente
diferenciado. (H x E, x 250)
Caso 4: Adenocarcinoma do ovário
350. Células malignas.
Este exemplo difere daqueles já ilustrados em que no fundo e no
esfregaço falta a aparência “nítida” dos outros casos. Além disto as
células malignas formam um grupo frouxo sem a compressão previamente
vista. Disseminação uterina pode ser suspeita neste caso. (x 120)
351. Adenocarcinoma do ovário: ovário. Corte
do ovário mostra um adenocarcinoma pobremente diferenciado com necrose
de tecido. Não existiu evidência de disseminação para o endométrio. (H
& E, x 66)
352. Adenocarcinoma do ovário: ovário. Em aumento maior as células no tecido podem ser comparadas com as células no esfregaço. (H & E, x 132)
Caso 5: Cisto folicular
Este caso é incluído por interesse. Ocasionalmente ginecologistas
encontram grandes cistos na laparoscopia ou laparotomia e enviam o
fluido aspirado para citologia. Como as células da granulosa que
revestem tais cistos são imaturas, a aparência poderia ser alarmante se
elas não fossem vistas antes.
353. Fluido de um cisto folicular
(cortesia Dra. Hilda Harris). Lâmina de pequenas células com núcleos
granulosos e margens borradas estão presentes e neste campo pelo menos
uma mitose pode ser identificada. (x 250)
354. Comparação: células esfoliadas em um corte de um cisto folicular.
Este campo foi feito no mesmo aumento como a preparação do fluido. As
células parecem menores por causa do método histológico de preparação,
mas semelhanças podem ser reconhecidas. (x 250)
355. Comparação: corte de células da camada granulosa de um cisto folicular.
As células neste tecido podem ser comparadas com aquelas esfoliadas
dentro do cisto e com aquelas na preparação citológica. Notar o contorno
borrado. (H & E, x 250)
Leia mais: