Habitando
estreita faixa de
terra, entre o Mediterrâneo e os montes Líbano e
Anti-Líbano, os fenícios cedo se
lançaram ao
comércio marítimo. Foram os dignos sucessores dos
cretenses que, desde o século XIV a.C., tinham sido
afastados do
Mediterrâneo pela destruição de sua
civilização. Os habitantes da ilha de Creta,
formaram uma
admirável civilização
pré-helênica
com notável arquitetura e elevado grau de desenvolvimento
filosófico e científico. Desapareceu de forma
ainda um
tanto obscura.
A incapacidade de obter a subsistência, no cultivo do solo de seu país, é a razão admitida para os fenícios terem escolhido a vida do mar. As montanhas do leste estavam cobertas de madeiras e resinas, o que lhes facilitou a implantação da construção naval. Povo semita, bastante mesclado com outros estrangeiros, cedo aprendeu os caminhos do Mediterrâneo, mar Negro e Atlântico Norte, onde ia comerciar seus produtos (cerâmica, vidro, joalheria, tecidos e vários utensílios) em troca de outros ou de matérias-primas (cobre, ouro, prata, estanho, lã, linho, mármore, enxofre, alúmen).
Os
fenícios eram muito ciosos de sua profissão e
não
admitiam concorrência de ninguém. Preferiam
afundar seu
navio, quando seguidos, do que revelar suas fontes de
matérias-primas. Indo longe, fundaram muitas
colônias que
mais tarde tornaram-se prósperas cidades, como Cartago, no
norte
da África, ou Cartagena, no sul da Espanha. Historiadores
abalizados acreditam que as civilizações dos
Maias, Incas
e Astecas em suas cidades belíssimas nada mais eram que
colônias fenícias fundadas quando de suas
navegações. Muitos acreditam ainda, que os
Vikings eram
descendentes dos fenícios.
Graças
à necessidade de manter em dia sua contabilidade, os
fenícios simplificaram a escrita dos seus vizinhos, dando
origem
ao alfabeto que serviu de base ao atual.
Habilíssimos imitadores, falsificavam objetos das mais diversas procedências, para atenderem a seus clientes. Foram hábeis fabricantes de vidro transparente e colorido, além de primoroso artesanato.
Suas principais cidades eram portos de destaque. Entre elas citam-se Sidon, Tiro (a mais importante do território), Biblos, Trípoli e Arados. Eram independentes e muitas vezes sofreram ataque de inimigos, que cobiçavam suas riquezas.
Além do comércio marítimo, os fenícios enviavam caravanas terrestres, indo comerciar nos mais distantes locais (Assíria, Pérsia, Índia). Graças a seu trabalho de difusão do comércio, foram desbravadas numerosas regiões então selvagens, para as quais levaram o progresso e a cultura dos centros mais avançados.