No “O Jornal” de 2 de dezembro de 1925, do Rio de Janeiro, escreveu o historiador Rocha Pombo um trabalho admirável, do qual destaca, com a devida vênia, um trecho que Carvalho citou em 1931:
“Industrialmente, pouco caminháramos.
Na fase colonial, vivíamos sob o regime dos monopólios e dos privilégios. Além da agricultura e criação, das pequenas indústrias, da fabricação de panos grosseiros para vestuário dos escravos, da mineração do ouro e das pedras preciosas, do corte de madeiras, do preparo rudimentar de peles e de algumas indústrias extrativas, poucas eram as demais existentes, permitidas ou simplesmente toleradas.
De Portugal nos vinha tudo, crismando-se previamente como do Reino todos os produtos de qualquer outra procedência.
Foi com a abertura dos portos ao comércio estrangeiro, em 1822, que se abriram novos horizontes às nossas indústrias.
Do ensino público pouco se cuidara até então, sendo reduzidíssima a elite intelectual dos que haviam assimilado a cultura científica e literária da velha Europa. A grande massa da população vivia, nas cidades e nos campos, sem instrução e sem conforto de qualquer ordem.
Falávamos a mesma língua e cultivávamos o mesmo Deus; socialmente, ainda constituíamos uma nacionalidade indecisa de escravos e senhores.”
Eis
o retrato fiel do Brasil em 1840 e a Farmácia
não podia ter um destino mais feliz, porque não
seria
compreendida.