A Escola de Farmácia de Ouro Preto

O ouro e o processo da Inconfidência, atraíram para Minas Gerais as atenções dos que viviam na Colônia. Mas, sob o ponto de vista farmacêutico, tudo corria como em toda parte, embora o povo mineiro gostasse da instrução e amasse a liberdade. Somente depois da Independência é que pensaram nos estudos médicos. Alberto Coelho de Magalhães Gomes, professor ilustre e dedicado, assim se manifestou:

“Em 28 de janeiro de 1829 o Conselho da Província creou a Academia Médico-Cirúrgica de Ouro Preto, com três lentes proprietários e um substituto e em 10 de janeiro de 1832 aprovou o projecto de um Curso de Sciencias Sociaes em tres annos, mas nenhum foi levado avante. Em 1839 já havia officialisado em Ouro Preto o ensino de philosophia, rhetorica, geographia, história, arithmetica, geometria e trigonometria e de linguas latina, franceza e ingleza. Prosseguindo no programma de desenvolver na Provincia, além do ensino primario e do secundario, o supervisor, a Assembléa Legislativa decretou a lei n. 140, sanccionada pelo então presidente, Conselheiro Bernardo Jacyntho da Veiga, em 4 de abril de 1839, creando duas Escolas de Pharmacia, uma em Ouro Preto e outra na cidade de São João d’El-Rei, destinadas ao ensino da pharmacia e da materia medica, especialmente a brasileira.”

“A matricula se effectuava em março e exigia-se do candidato saber ler e escrever, as quatro operações e ter conhecimento da lingua franceza” (sic). Mais adiante afirmou:

“A execução desta lei (refere-se à lei número 140, de 4 de abril de 1839) foi feita em parte, somente, tendo sido fundada apenas a Escola de Ouro Preto, que desde então vem se mantendo, sendo o unico estabelecimento de ensino superior official do Estado e a Escola de Pharmacia mais antiga do Paiz e quiçá da América do Sul.”

Convém esclarecer que o livro de Magalhães Gomes é de 1939.

Os primeiros professores foram os farmacêuticos Calixto José Arieira e Manoel José Cabral, que exerciam a profissão na mesma cidade. Era a única Escola Oficial, durante o regime monárquico, em que o farmacêutico podia ser lente, isto é, catedrático.

Mas o exercício da profissão sofria em toda a Província da mesma moléstia que atacava o Brasil, o curandeirismo generalizado.

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