“Apenas
os idiotas pensam que a alquimia é o conhecimento de como
obter ouro. O objetivo da alquimia é procurar descobrir
novos remédios”.
Paracelso.
Esta opinião começou a ganhar terreno na renascença, quando viveu, no século XVI d.C. um cavalheiro alemão chamado PHILLIPUS AUREULUS THEOPHRATUS BOMBASTUS VON HOHELNEHM, conhecido e eternizado pela alcunha de PARACELSO e que passou a observar os métodos terapêuticos e logo apresentou suas conclusões: GALENO fora um simplório e seus discípulos e colegas eram todos imbecis. Disse isso e fugiu da cidade, acusado de feitiçaria, como aconteceria inúmeras vezes durante sua agitada carreira. Na realidade ele perambulava à noite pelos cemitérios estudando os fogos-fátuos, como eram chamadas as labaredas de fogo que saíam dos túmulos e consideradas como bruxaria ou coisa do demônio, mas que sabe-se hoje, nada mais é do que os gases metano e nitrogênio que se desprendem dos corpos em decomposição (e de qualquer tipo de matéria orgânica, pois veja-se aí o biogás) e, em contato com faíscas elétricas oriundas de raios entram em ignição e provocam o fenômeno chamado no Brasil de boitatá. Era também praticante da astrologia. Era tão feiticeiro quanto os médicos de sua época e pelo menos tentava uma “feitiçaria experimental”. Conquanto tenha provavelmente fulminado menos pacientes com seus experimentos, procurava os caminhos da ciência.
Desenvolvendo uma alquimia prática, PARACELSO procurava instruir-se não apenas nas universidades, mas também em seus passeios pelo campo entre lavradores, pastores, parteiras. Seu grande mérito foi o de ter colocado a alquimia a serviço da cura dos doentes, Naquelas épocas constituiu uma grande inovação o emprego de substâncias minerais na preparação de medicamentos. E a investigação, feita por PARACELSO, resultou em novos e mais ativos medicamentos. Sob sua influência, muitos alquimistas abandonaram definitivamente a busca da “Pedra Filosofal” e se dedicaram à preparação de drogas, pomadas, corantes, xaropes, perfumes.
PARACELSO tornou-se popular e conquistou inúmeros clientes, o que indica que ele matava menos gente e de maneira mais suave que os médicos tradicionais. Esse fato pareceu a seus colegas e aos médicos da época, uma abominável perfídia e, pelo que se sabe, o ilustre e irreverente cavalheiro chamado PHILLIPUS AURELUS THEOPHRATUS BOMBASTUS VON HOHENHEIM, popularmente chamado Paracelso acabou assassinado em 1541, por sicários a mando de seus inimigos, mas deixando seguidores, os iatroquímicos, que são os FARMACÊUTICOS-BIOQUÍMICOS de hoje, e que preservaram e estenderam suas contribuições à moderna farmacologia.
Os iatroquímicos ampliaram, de modo um tanto confuso, o conhecimento das drogas e popularizaram os extratos vegetais à base de álcool, as tinturas e as água minerais. Mas a maior contribuição de Paracelso foi romper com a tradição e iniciar a observação científica na terapêutica. Tanto ele como seus discípulos haviam se propostos a uma tarefa impossível.
Embora até o início do século XVIII não se tenha feito um estudo sistematizado da composição e propriedades dos corpos, nas numerosas experiências alquímicas foram descobertas diversas substâncias e compostos.
No século I, Dioscórides descobriu o meio de preparar o acetato de chumbo e o vitríolo verde (ácido sulfúrico). Os alquimistas árabes descobriram a água-régia (mistura de ácido clorídrico com ácido nítrico), o nitrato de prata, as propriedades químicas do salitre.
Entre os alquimistas árabes destacou-se JABIR IBN HAYYAN, nascido em 721 e falecido em 813d. C., conhecido na Europa como Geber e que por volta do ano 750d.C. já contava com uma ciência avançada de fusão de metais, obtendo o anidrido arsênico e o ácido nítrico. Atribui-se ao monge denominado Alberto Magno (1193-1280) a produção do arsênico derivado do anidrido arsênico.
Valentino
O monge alquimista Basílio Valentino, que viveu na Renascença, descobriu o antimônio e o ácido clorídrico.
Libavius
Por volta de 1616d.C., Andréas Libavius produziu o acetato de chumbo, o ácido canfórico e o sulfato de amônio. Também os processos químicos de destilação, filtração e sublimação, bem como suas aparelhagens, já haviam sido descritos e utilizados pelos alquimistas árabes.
Nos laboratórios fantásticos, com fórmulas enigmáticas, metais e líquidos de cores e odores estranhos, os alquimistas medievais eram homens que pareciam ter assinado um pacto com o diabo. Por isso foram muitas vezes perseguidos e condenados à morte, acusados de feitiçaria. No entanto, dessa paixão, muitas vezes paga com a própria vida, surgiu o espírito de pesquisa que caracteriza a ciência atual. Ela certamente teria perdido tempo, não fossem os sonhos e crenças dos alquimistas.
Maimonides
Maimonides (1135-1204d.C.) além de descrever a depressão de uma maneira clínica detalhada, ainda recomendou um programa de higiene para uma saúde mental sólida.