Bilirrubina

INTRODUÇÃO
A bilirrubina é a resultante do metabolismo da hemoglobina no sistema retículo endotelial, onde a hemoglobina é degradada em bilirrubina + ferro + globina. Esta bilirrubina é glicuronada no fígado (na forma de mono ou diolicuronato) a qual é chamada de direta. Essa bilirrubina vai para o intestino através da árvore biliar.

No intestino a bilirrubina sofre ação de enzimas bacterianas e se transforma em urobilinogenio o qual pode, através do sistema porta-sangue, voltar ao fígado ou ser filtrado no rim ou ainda ser excretado nas fezes.

As causas mais comuns de aumento de bilirrubina no plasma são as doenças hepato-celulares, doenças da árvore biliar, doenças hemolíticas, entre outras. A dosagem de bilirrubina total, somente nos dá indicação que se tem uma alteração no organismo a nível de fígado, bile, hemólise, etc. Porém para termos uma idéia mais apropriada de onde, realmente está ocorrendo o problema, devemos fazer a dosagem de bilirrubinas direta e indireta (através de cálculo). Por exemplo, o aumento de bilirrubina direta está ligado a doenças hepato-celulares ou de árvore biliar, enquanto que, o aumento da bilirrubina indireta pode ser hemólise (aumento de produção), diminuição do transporte (anticorpos ou medicamentos), defeito de captação ou defeitos da conjugação (doença de Gilbert).

1. METODOLOGIAS

1.1. Metodologias Existentes

a) Método de Malloy-Evelyn

A análise é do tipo cinético, de ponto final com ou sem branco. O princípio da reação é mostrado na figura 1. A reação é realizada em pH 1:2 e a azobilirrubina é medida em 560 nm. Esse método é de uso frequente, especialmente como procedimento automático e é susceptível a interferências significativas pela hemoglobina.

b) Método de Jendrassik

A análise é do tipo cinética de ponto final com ou sem branco. O princípio é mostrado na figura 1. A reação se realiza em pH quase neutro, porém o cromogeno é medido em pH alcalino (aprox. 13) a 600 nm. Esse método é de uso frequente e tem maior absortividade, em consequência, é mais sensível e preciso para concentrações baixas de bilirrubina do que o método referido acima.

c) Método do Bilirrubinometro

A análise é por espectrofotometria direta. A concentração de bilirrubina é determinada diretamente por sua absorbância em 454 nm: a interferência da oxi-hemoglobina se corrige retirando a absorbância de 540 nm. Esse método não é usado com frequência, somente para analise neonatal. É sensível, porém com significativa interferência por carotenóides.

d) Método da Cromatografia Líquida de Alta Pressão

A análise se baseia na separação cromatográfica. Os esteres metílicos da bilirrubina conjugada e não conjugada são detectados em 430 nm. Esse método só é usado para investigação, é um possível método de referência no futuro.

e) Método da Bilirrubina Oxidase

A análise e cinética é de ponto final. O princípio da reação está na oxidação enzimática da bilirrubina e biliverdina e água: a reação se mede entre 405 e 460 nm. Esse método é de uso recente e, é um possível método de referência no futuro. A hemoglobina é um interferente nesse método.

f) Método da Ampliação Espectral

A análise é de ponto final. O princípio está na fixação de bilirrubina por um polímero catiônico hidrófobo o qual provoca uma ampliação no espectro de bilirrubina. Essa variação é medida por fotometria de reflexo e está relacionada com a concentração de bilirrubina. Esse método só é disponível no Kodak Ektachem. A hemoglobina não interfere, e pode ser medida a concentração da delta-hemoglobina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Manual de Técnicas 1992. Merck. p. 53, 56.

2. Apostila da Bioclin.

3. LABTEST. Sistema para diagnóstico. Av. Isabel Bueno, 948. Belo Horizonte – Brasil.

4. PESCE, A.Y.; KAPLAN, L.A. Química clínica: métodos. Buenos Aires: Médica Panamericana, 1990. p. 1164-1179.

5. TODD & SANFORD & DAVIDSOHN. Diagnósticos clínicos e conduta terapêutica por exames laboratoriais. 6.ed. São Paulo: Manole.

6. CLINICAL CHEMISTRY, 1985. p. 31/11, 1779-1789.

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